Concerto para flauta

Carl Nielsen

(1926)

Instrumentação: 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, trombone, tímpanos, cordas

 

Conhecida como o “jardim da Dinamarca”, Funen é a ilha onde nasceu Carl Nielsen e também sua principal referência criativa. Avesso às turbulências estéticas da música de seu tempo, segue o caminho traçado pelo Romantismo. Admirava Mozart, Brahms – e Wagner e seu conceito de “obra de arte total”, síntese de todas as artes poéticas, visuais, musicais e dramáticas.

 

O Concerto para flauta, estreado em 1926 em Paris, resulta de uma experiência estética. Comovido ao ouvir o Quinteto de Sopros de Copenhagen executando Mozart, Nielsen compõe para ele uma obra em que, na última parte – Variações sobre um Tema – vai descrevendo as personalidades dos músicos. Promete um concerto para cada um, mas chega a compor apenas para flauta e clarinete.

 

Ao longo de sua vida, Nielsen produziu muito para teatro. Texto e cenário o forçavam a criar soluções que usava posteriormente em obras puramente sonoras. Tal forma de produção, aliada à sua admiração pelos compositores germânicos, faz do Concerto para flauta obra que alterna sonoridades escuras de Brahms e o lirismo melódico de Mozart, amparados por uma narrativa que quase nos conta uma estória repleta de imagens e sons de sua ilha natal.

 

Felipe Amorim
Flautista, professor na Fundação de Educação Artística e na Escola de Música da UEMG.

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