O mais representado dos compositores de ópera atualmente, Verdi já era um homem célebre quando aceitou o convite do Teatro Imperial de São Petersburgo para escrever A força do destino, sobre um drama do escritor espanhol Angel Saavedra. O libreto de Francesco Piave, colaborador habitual de Verdi, manteve-se muito fiel ao original, com diversas passagens traduzidas literalmente da língua de Cervantes. A obra estreou na Rússia, em 1867. Entretanto, insatisfeitos com o resultado, compositor e libretista iniciaram uma segunda versão em 1869, modificando, sobretudo, o princípio e o final. A Abertura, extremamente dramática, substitui o pequeno prelúdio da versão russa e tornou-se uma das peças mais ouvidas de Verdi. Sua força reside na habilidade do autor de entrelaçar diversos motivos, variando-os e intercalando-os com fragmentos melódicos, em contrastes repletos de simbolismo.