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A Sinfonia nº 4 em ré menor, op. 13 forma parelha com a sinfonia anterior de Dvorák. Ambas são marcadas pelo profundo impacto que teve no compositor a música de Richard Wagner. Se, porém, na Terceira Sinfonia isso transparece de forma explícita, na Quarta já se expressa a fusão entre a mentalidade musical boêmia e a formação intelectual germânica que sempre guiaram a atividade criadora de Dvorák. Composta entre janeiro e março de 1874, a Quarta Sinfonia foi estreada em maio do mesmo ano, sob a batuta de ninguém menos que Bedrich Smetana, em Praga. Embora aí se ouça nitidamente a presença de Wagner (como de Tannhäuser, no segundo movimento), não se pode em absoluto falar de subserviência ao modelo germânico. Dvorák sabe usar de suas fontes como modelo, mas nunca como gabarito. A presença do elemento boêmio atenua, assim, as fontes wagnerianas, e a obra, como tudo em Dvorák, soa original e autônoma. A Quarta Sinfonia de Dvorák é, hoje, uma de suas obras mais celebradas, assim como a oitava e a nona sinfonias: talvez pela maestria da elaboração formal, talvez somente pela originalidade, ou pela riqueza e acessibilidade melódica. O fato é que há um “não sei o quê” na obra de Dvorák que sempre açula a atenção…