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Com o nome de Sinfonia Alpina, a obra é, na verdade, um poema sinfônico que descreve um dia passado nos Alpes bávaros, num ciclo que vai de uma noite a um anoitecer. A criação desta obra teve duas motivações diferentes entre si e do próprio resultado. De um lado, Strauss queria fazer uma obra em memória do retratista suíço Karl Stauffer, que havia vivido uma paixão trágica. De outro, queria falar de sua recusa ao cristianismo como alicerce da sociedade alemã, mostrando a natureza como a força que deveria prevalecer. As ideias musicais pensadas inicialmente para os dois temas ficaram na obra que se concentrou na evocação da paisagem alpina e na força do homem que a escala, nela vive e trabalha. Para falar disso, Strauss é monumental. Uma orquestra enorme, instrumentos fora do palco, notas longas e contrastes em 22 seções que descrevem a subida da montanha ainda à noite, o amanhecer, o ápice e a descida, com a chegada ao sopé junto a um novo anoitecer. Nesse trajeto, surgem as diversas paisagens da região, naturais e humanizadas, bem como situações tensas, como perder-se no caminho e enfrentar uma tempestade. A Sinfonia Alpina foi escrita num momento em que Richard Strauss estava mergulhado no universo da ópera, mais de vinte anos após ter composto seus principais poemas sinfônicos. A estreia se deu em 28 de outubro de 1915, em Berlim, com Strauss dirigindo a Orquestra de Dresden.