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Fruto de um trabalho persistente e de qualidade excepcional, a música de Henri Dutilleux ocupa, tanto para a crítica mais tradicionalista como para as vanguardas, lugar privilegiado no cenário contemporâneo. Seu catálogo, não especialmente numeroso, é composto de obras-primas, cada uma meticulosamente pensada e cinzelada com refinamento. Seu reconhecimento, entretanto, ocorreu lentamente – talvez por causa do temperamento independente e recluso do compositor, que sempre se negou a participar de movimentos e grupos estéticos. Liberdade de expressão, recusa da banalidade, perfeccionismo e um rigoroso senso de estrutura sintetizam as principais características da sua criação. Entre 1944 e 1953, Dutilleux compôs cinco partituras para balé, entre elas Le Loup (O Lobo). A música foi escrita sobre libreto de Jean Anouilh e Jean Neveux, uma versão da história de a Bela e a Fera, representadas, respectivamente, pelo oboé e pelo fagote. Sobre ela, disse Henri Busser, antigo professor de composição de Dutilleux no Conservatório de Paris: “Rica em substância, admiravelmente orquestrada, sem dúvida mais sinfônica do que coreográfica, mas de um grande mérito”. O balé teve bastante sucesso em sua estreia, pela companhia de Roland Petit, no Théâtre de l’Empire, em 17 de março de 1953, permanecendo três meses em cartaz.