Jazz e Shostakovich

Fabio Mechetti, regente
Dmitry Masleev, piano

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SHOSTAKOVICH
TSFASMAN
SHOSTAKOVICH
Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35
Jazz Suite para piano e orquestra
Sinfonia nº 5 em ré menor, op. 47

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

Vencedor do Concurso Internacional Tchaikovsky de 2015, Dmitry Masleev vem estabelecendo sua carreira profissional com apresentações elogiadas pela crítica e muito bem recebidas pelo público. Recentemente, apresentou-se com a Filarmônica de Paris e a Orquestra Nacional da França, além de ter participado de importantes festivais no país e na Alemanha, onde também é presença constante nas salas de concerto. Em 2017, fez sua estreia no Carnegie Hall, em uma performance que o jornal New York City Informer chamou de “vívida e propulsora”. Durante a pandemia, colaborou ativamente com a Sociedade Filarmônica de Moscou em concertos online e também estreou mundialmente obras recém-descobertas de Shostakovich, datadas do início da carreira. Nascido e criado em Ulan-Ude, cidade da Rússia siberiana próxima à fronteira com a Mongólia, Masleev estudou no Conservatório de Moscou e na Academia Internacional de Música no Lago de Como.

Programa de Concerto

Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35 | SHOSTAKOVICH

Após o sucesso da Primeira Sinfonia, estreada na sua formatura, em 1926, o jovem Shostakovich demonstrou ser hábil em quase todos os gêneros musicais. A primeira incursão no gênero concertante foi o Concerto para piano nº 1, de 1933 – na verdade, um concerto para piano, trompete obbligato e orquestra de cordas. A obra foi inicialmente concebida para trompete solista e orquestra. Posteriormente, Shostakovich adicionou o piano e relegou o trompete a um papel secundário, ora respondendo, ora comentando os temas do piano e da orquestra. O opus 35 possui colagens, citações e paródias musicais de canções populares alemãs e inglesas, de obras de Beethoven, de Haydn e do próprio Shostakovich, e mesmo potenciais elementos circenses e jazzísticos, os quais viriam a se consolidar na Suíte para orquestra de jazz nº 1, escrita no ano seguinte. O Concerto nº 1 foi estreado em 15 de outubro de 1933, na abertura da temporada da Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob a regência de Fritz Stiedri, com Shostakovich ao piano e Alexander Schmidt ao trompete.

Alexander Tsfasman foi um dos nomes mais importantes do jazz na União Soviética, ajudando o gênero a ganhar espaço nas rádios e palcos locais. Nascido em Zaporizhzhia, cidade que hoje pertence à Ucrânia, Tsfasman estudou no Conservatório de Moscou com Felix Blumenfeld nos anos 1920, uma época em que a presença do jazz ainda era muito tímida em solo soviético. Em 1926, formou a orquestra AMA-Jazz, que se tornou o primeiro grupo do gênero no país a se apresentar em uma rádio (1928) e a lançar uma gravação em disco (1929). Tsfasman adorava Gershwin, e, assim como ele, buscava a união entre a música popular e a clássica em suas composições, como é o caso da Jazz Suite, especialmente no primeiro movimento, “Snowflakes”. Pianista talentoso, dotado de grande capacidade de improvisação, ganhou a admiração de Shostakovich (que também escreveu duas suítes para orquestra de jazz), com quem colaborou em algumas ocasiões, e deixou sua marca como um pioneiro no cenário musical soviético. 

Durante a década de 1930, Shostakovich sofria duras críticas no Pravda – publicação do Partido Comunista da União Soviética –, que taxava suas obras de extremamente progressistas, imorais e inapropriadas para o consumo de massa. A resposta de Shostakovich aos ataques foi uma mudança drástica em seus planos. Mas tal mudança não ocorreu subitamente. Na época dos ataques no Pravda ele terminava a sua Quarta Sinfonia, e uma execução da obra poderia levar a consequências trágicas, já que era muito distante do classicismo heroico desejado pelo Comitê Central. Ao perceber o risco que corria, Shostakovich cancelou os ensaios e começou a escrever uma nova peça, mais em conformidade com as diretrizes do Partido. Assim surgiu a Sinfonia nº 5, composta entre abril e julho de 1937 e estreada em novembro do mesmo ano. O imenso sucesso ajudou a reabilitação de Shostakovich e lhe possibilitou encontrar uma linguagem que lhe permitiria continuar a compor, com toda a força de seu talento, por mais 30 anos.

27 abr 2023
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais

28 abr 2023
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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