Seu navegador não suporta o player de áudio, atualize seu navegador ou
acesse por outro dispositivo.
Stravinsky apareceu para o mundo no início dos anos 1910, com o sucesso dos balés O pássaro de fogo, Petrushka e A Sagração da Primavera, todos comissionados pelo diretor da famosa companhia Balés Russos, Sergei Diaghilev. Após alguns anos afastados, Stravinsky e Diaghilev retomaram sua bem-sucedida parceria em 1920 com Pulcinella, balé inspirado na commedia dell’arte, uma expressão do teatro popular italiano. Para esse retorno, o produtor russo não poupou esforços: convidou o dançarino Léonide Massine para escrever o texto e montar a coreografia, e ninguém menos que Pablo Picasso (de quem Stravinsky se tornaria um grande amigo) para cuidar dos cenários e figurinos. A música para o balé foi baseada em partituras encontradas por Diaghilev no Conservatório de Nápoles, que, em um primeiro momento, foram todas atribuídas ao compositor oitocentista Pergolesi, mas, na verdade, incluíam também peças de outros compositores italianos do período. A aproximação com esse universo musical era uma novidade na obra de Stravinsky, e por isso Pulcinella é considerado um marco inaugural da sua fase neoclassicista. O cerne barroco do material de origem continua presente, mas Stravinsky retrabalha a instrumentação para a linguagem moderna, oferecendo uma roupagem harmônica que dialoga com seus trabalhos anteriores, de forte influência da tradição russa.