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Wagner era um apaixonado pelo teatro, mas odiava a vulgaridade dos dramas musicais de sua época. Seus ideais dramáticos foram encontrados no teatro antigo da Grécia, enquanto seus modelos musicais eram os grandes sinfonistas alemães, especialmente Beethoven. Não era uma tarefa fácil associar a excelência da dramaturgia grega à grandeza sinfônica beethoveniana, e o público, mais acostumado à frivolidade das óperas de sucesso fácil, não estava preparado para tanta profundidade. Wagner teve de acumular inúmeros fracassos, e Tannhäuser foi um deles.
A estreia em Dresden, em outubro de 1845, foi um fiasco, assim como o seria durante toda a vida de Wagner, onde quer que fosse apresentada. Apenas após a sua morte ela entraria para o repertório corrente, tornando-se, ao final do século XIX, uma de suas óperas mais populares, com O Navio Fantasma e Lohengrin.
O enredo mistura as lendas do cavaleiro Tannhäuser com a do Torneio de Canto de Wartburg, ambas ambientadas no século XIII. Tannhäuser, cansado dos prazeres carnais de Venusberg (a mítica Montanha de Vênus), decide se livrar dos domínios da deusa do amor. Após ser encontrado por uma procissão de peregrinos e ter notícias de sua amada Elizabeth, o herói segue em direção a Wartburg, onde o torneio de canto está acontecendo. Após ser banido da competição por cantar em louvor a Vênus, Tannhäuser inicia sua viagem até Roma para pedir perdão ao Papa.
No início do Ato III, Elizabeth está angustiada, sofrendo pela ausência de Tannhäuser. O cavaleiro Wolfram, que a ama em segredo, pressente a sua morte e entoa Wie Todesahnung (“Como premonição da morte”), seguida de uma das mais doces e belas árias jamais escritas para a voz de barítono, O du, mein holder Abendstern: “Oh você, minha encantadora estrela da noite”. A ópera se encerra com a morte dos protagonistas e uma promessa de salvação celestial.