Tchaikovsky chegou a Moscou em janeiro de 1866, aos vinte e cinco anos de idade, convidado por Nikolai Rubinstein para lecionar no futuro Conservatório de Música da cidade, que seria inaugurado em setembro. Desejoso de se firmar como compositor, logo se empenhou em uma tarefa árdua para um jovem recém formado: a criação de uma sinfonia. Em março, começou, com dificuldade, a traçar os primeiros rascunhos mas, no mês seguinte, a publicação de uma crítica devastadora a respeito de sua cantata An die Freude desencadeou uma série de problemas psicológicos que o acompanhariam por toda a vida. Ao final de maio, conseguiu terminar o esboço da sinfonia e, nos meses de junho e julho, em São Petersburgo, passou várias noites acordado trabalhando na orquestração. Com a saúde física e mental em frangalhos, Tchaikovsky cometeu um erro. Antes de voltar a Moscou para a inauguração do Conservatório, resolveu submeter a sinfonia, ainda inacabada, à crítica de seus antigos professores Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba. Os dois foram impiedosos. Hipersensível a críticas, Tchaikovsky voltou a Moscou arrasado. Porém, assumiu suas funções no Conservatório e no mês de dezembro conseguiu voltar à Sinfonia. Trechos dela foram apresentados naquele final de ano e no início do, mas ele ainda teve de esperar doze meses para ter sua Sinfonia no 1 executada na versão completa, em Moscou, sob regência de Nikolai Rubinstein. Trata-se de uma obra madura, evidenciando o temperamento típico da música russa, tanto em seus temas de sabor folclórico quanto no brilhante colorido orquestral.