O beijo da fada, escrito em 1928, foi encomendado a Stravinsky pela atriz e dançarina Ida Rubinstein no 35º aniversário da morte de Tchaikovsky. O argumento é um conto de Hans Christian Andersen, A Dama das Geleiras, escolhido pelo compositor porque “sugeria uma alegoria de Tchaikovsky. Assim como a fada beijou o calcanhar da criança em seu nascimento, a musa também o fez com Tchaikovsky. Só que a musa não reivindicou o feito em seu casamento, como a fada fez com a criança, mas quando o compositor já estava no auge de sua força criativa”. Segundo Robert Siohan, em seu livro Stravinsky, O beijo da fada “tenta ressuscitar, através de Tchaikovsky, um romantismo à flor da pele”. A primeira apresentação da obra se deu na Ópera de Paris, em 27 de novembro de 1928, com regência do compositor, coreografia de Bronislava Nijinska, cenários e figurinos de Alexandre Benois. Em 1932, Stravinsky e Dushkin fizeram um arranjo para violino e piano. O arranjo tornou-se a base do Divertimento para orquestra, composto em 1934 e revisado em 1949. O beijo da fada é uma combinação extremamente feliz das agradáveis melodias de Tchaikovsky com o colorido orquestral único de Stravinsky.