Fora de Série 6 (2025)

José Soares, regente

TCHAIKOVSKY
VILLA-LOBOS
STRAVINSKY
O lago dos cisnes: Suíte, op. 20a
Naufrágio de Kleônicos
O pássaro de fogo: Suíte (versão 1919)

José Soares, regente

Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores. Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo também o prêmio do público. Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo, iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou com o maestro Claudio Cruz e teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin. Foi orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Pelo Prêmio de Regência recebido no festival, atuou como regente assistente da Osesp na temporada 2018. José Soares foi aluno do Laboratório de Regência da Filarmônica e convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Dirigiu a Osesp, a New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya, no Japão. Em 2024, conduziu a Orquestra de Câmara de Curitiba, a Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, retornou à Osesp e à Sinfônica Jovem de São Paulo, e tem concertos agendados com a Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro e a Sinfônica do Paraná, junto ao Balé do Teatro Guaíra.

Programa de Concerto

O lago dos cisnes: Suíte, op. 20a | TCHAIKOVSKY

Para Tchaikovsky, a abordagem da composição musical era antes de tudo um gesto autobiográfico, confessional. Em cartas, ele se refere frequentemente ao Destino (o Fatum) como tema programático central para muitas de suas obras. Quanto a O lago dos cisnes — apesar dos obrigatórios números de danças típicas e divertissements — o compositor buscou evidentemente um colorido dramático para esse que é um dos mais célebres balés de todo o mundo. Independentemente das associações autobiográficas ou literárias de sua gênese, a obra de Tchaikovsky impõe-se por suas qualidades intrínsecas, sobretudo pela beleza melódica, pelo domínio magistral da orquestração e pela prodigiosa intuição do poder expressivo dos instrumentos. Com Tchaikovsky, o balé russo ganhou incomparável prestígio musical no final do século XIX e iniciou uma renovação estética que teve continuidade nas obras de compositores como Rimsky-Korsakov, Stravinsky e Prokofiev.

O Naufrágio de Kleônicos é de 1916, quando Villa-Lobos tinha apenas 29 anos. O poema sinfônico revela a profunda afinidade do compositor com a música de Saint-Saëns, bastante presente em seus anos de formação. Inclusive, a passagem final é uma alusão ao Cisne do francês. No catálogo de obras de Villa-Lobos, consta que um bailado teria sido extraído do livro Loulou Fantoche: Fantasias de Carnaval, de Léo Teixeira Leite Filho. O texto traz a ‘história de uma rapariga cocainomaníaca que, farta de aturar os ciúmes do amante, aproveita uma noite de Carnaval, sai, e tem uma aventura com outro homem.’ Na cena que se refere a Kleônicos, a moça, como uma dançarina pagã, dança ao som de uma orquestra imaginária, vivenciando assim a história do naufrágio. A música de Villa-Lobos acompanha perfeitamente a narrativa, principalmente nos três momentos em que utiliza a melodia do cisne negro.

Em 1910, aos 28 anos de idade, Igor Stravinsky escreveu a obra que o tornaria instantaneamente famoso em toda a Europa: o balé O pássaro de fogo. Os Balés Russos, liderados por Sergei Diaghilev, tinham feito seu début em Paris no ano de 1909. Para a temporada de 1910, Diaghilev propôs ao jovem Stravinsky escrever um balé baseado na fábula russa do Pássaro de Fogo. A estreia ocorreu em 25 de junho, na Opéra de Paris, sob a direção do grande Gabriel Pierné e coreografia de Mikhail Fokin. Stravinsky, no entanto, julgou que a dança não fazia justiça à música. Desejoso de mostrar ao mundo a universalidade de sua obra, criou, em 1911, uma suíte orquestral praticamente idêntica à partitura original. Mas, percebendo que, ao transformar um balé em uma obra de concerto, mais modificações deveriam ser feitas, ele recria a partitura e, em 1919, estreia aquela que seria a mais conhecida versão de concerto de O pássaro de fogo. Em 1945 ainda compôs uma terceira versão para concerto, dessa vez bastante fiel à partitura original do balé, a fim de assegurar seus direitos autorais, já que as leis americanas não reconheciam os tratados europeus. Embora fortemente influenciada pelas obras de Rimsky-Korsakov e pela tradição folclórica russa, O pássaro de fogo prima por uma originalidade sem precedentes na história. Música extremamente imaginativa, com atmosferas inusitadas, ritmos complexos, melodias sugestivas e efeitos orquestrais espetaculares.

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