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Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea de contos populares medievais da Ásia ocidental e meridional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram traduzidos para o francês no início do século XVIII, esses contos passaram a ser considerados, na Europa, como a representação máxima do fantástico mundo das fábulas orientais. No texto original, essas fábulas são ligadas entre si por meio de um conto base: o sultão, traído por sua primeira esposa, manda executá-la e decide casar-se com uma jovem virgem a cada noite, fazendo executá-la no dia seguinte para se prevenir de uma futura infidelidade. Sheherazade, filha mais velha do vizir, decide casar-se com o sultão. Na noite de núpcias, conta-lhe uma história cujo final é deixado para a noite seguinte, a fim de que o sultão tivesse que adiar a sua execução para saber o desfecho. Na noite seguinte, tão logo ela termina a primeira história, começa outra imediatamente, sem terminá-la. E assim, sucessivamente, Sheherazade prende o sultão por mil e uma noites até que, como prova de afeição, ele perdoa-lhe a sentença, e ela lhe apresenta os três filhos que, nesse período, dera à luz. Para recriar musicalmente as fábulas sem abrir mão do colorido russo que sempre lhe foi tão caro, Rimsky-Korsakov explorou ao máximo os timbres da orquestra. Assim, alcançou um equilíbrio perfeito entre a entonação folclórica e a assinatura artística, criando uma suíte sinfônica inesquecível, na qual imagens encantadas das histórias das Mil e uma noites aparecem de maneira episódica ao longo dos quatro movimentos, com o violino solo fazendo o papel da bela Sheherazade.