Poesia, luz e alegria

Fabio Mechetti, regente
Dmitry Shishkin, piano

|    Allegro

|    Vivace

CHOPIN
L. SILVA
MENDELSSOHN
Concerto para piano n° 1 em mi menor, op. 11
Lume
Sinfonia n° 4 em Lá maior, op. 90, “Italiana”

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Na Temporada 2024, apresentou-se com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e retornou ao Teatro Colón, onde conduziu a Filarmônica de Buenos Aires.

Nascido em Cheliabinsk, região da Sibéria, o pianista russo Dmitry Shishkin demonstrou talento musical desde muito jovem, tendo realizado seu primeiro recital aos três anos de idade e o primeiro concerto com orquestra aos seis. Ainda criança, foi admitido na Academia de Música Gnessin e continuou sua formação artística no Conservatório Tchaikovsky, ambos em Moscou. Nos anos seguintes, conquistou bolsas de estudo na Europa e prêmios em diversos concursos, entre os quais se destacam o segundo lugar na 16ª Competição Internacional Tchaikovsky (2019) e o primeiro lugar na Competição Internacional de Música de Genebra (2018). Atualmente, Shishkin reside na Suíça e tem se apresentado com orquestras em todo o mundo, incluindo a Orchestre de la Suisse Romande, a Sinfônica de Tóquio, a Filarmônica de Varsóvia e a Orquestra do Teatro Mariinsky. Em 2024, o jovem pianista sobre ao palco pela primeira vez com a Filarmônica, executando o célebre Primeiro Concerto de Chopin.

Programa de Concerto

Concerto para piano n° 1 em mi menor, op. 11 | CHOPIN

Os dois concertos para piano de Chopin são obras de juventude. Ambos ocupam um lugar de exceção na história desse gênero musical, enquanto afastam-se do modelo ideal criado e consagrado por Mozart. Nos concertos mozartianos, a orquestra e o instrumento solista estabelecem um engenhoso diálogo. Chopin limita consideravelmente o papel da orquestra que, praticamente, apenas introduz os temas e interliga os episódios, os quais serão desenvolvidos pelo piano. A forte personalidade artística de Chopin manifesta-se já nessas primeiras obras, pelo encanto de suas melodias, pelo atraente caráter eslavo, pelo brilhantismo de uma escrita pianística que transforma os arabescos virtuosísticos em pura poesia. Raramente obras de juventude têm lugar permanente no repertório, como acontece com os concertos poloneses de Chopin. E ambos incluem-se entre as suas poucas obras não dedicadas ao piano solo. Nesse contexto, eles demonstram, com sua inexperiente genialidade, o fim de uma tentação: os conterrâneos do compositor esperavam que ele se dedicasse à ópera e à música sinfônica. Chopin concentrou-se no que queria e acreditava poder fazer. E, de fato, poucos artistas souberam, como o grande compositor polonês, limitar-se tanto para chegar tão alto.

A obra Lume, do compositor mineiro Leonardo Silva, foi escrita em 2022 e teve sua estreia no ano seguinte, na ocasião do 4º Concurso de Composição da Basileia, Suíça. A estreia nacional, realizada com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais em 2024, tem um significado especial: em 21 de fevereiro de 2008, aos 18 anos e pronto para iniciar o curso de Engenharia na Universidade Federal de Minas Gerais, Leonardo Silva escutava música de concerto ao vivo pela primeira vez, justamente na apresentação de estreia da nossa orquestra, que, dezesseis anos mais tarde, viria a estrear no Brasil uma obra sua. Um concerto que mudou não só a vida de Leonardo, mas também sua carreira. Assim, a ideia de transformação perpassa o caminho de Lume e de seu compositor. Assim como um prisma revela todas as cores a partir de um feixe de luz branco, o solitário mi bemol que abre a peça, na percussão, se expande pouco a pouco para os outros instrumentos e revela todas as suas cores. Passados pouco mais de quinze minutos, o que resta nos últimos compassos da obra é novamente o mi bemol, desta vez nas cordas. É a mesma nota. É a mesma nota? A pergunta permanece como um convite à escuta: um caminho, e não o seu destino, assim como o brevíssimo poema de Giuseppe Ungaretti que inspirou a criação de Lume (e dispensa tradução): “M'illumino/  d'immenso” ("Mattina", 1917).

A Sinfonia Italiana nasceu em uma viagem de três anos que Mendelssohn empreendeu pela Europa com patrocínio do pai, um rico banqueiro de Berlim. Ao visitar a Itália, o jovem de apenas vinte anos de idade se encantou com as obras de arte, a beleza natural, o clima ensolarado e a energia contagiante dos italianos, e logo começou a esboçar uma nova sinfonia. Nos primeiros meses de 1831, Mendelssohn faz menção, em várias cartas, à sinfonia que estava compondo e que desejava que fosse uma obra alegre. Mas ele sentia que só conseguiria terminá-la após visitar Nápoles, cidade onde seria capaz de absorver, por completo, o espírito italiano. Ao que tudo indica, ele não conseguiu terminá-la durante a viagem: em uma carta enviada de Paris à irmã, com data de 21 de janeiro de 1832, Mendelssohn deixa claro haver abandonado a composição da Quarta Sinfonia para terminar outra partitura. Constantemente insatisfeito com a obra, Mendelssohn fez correções até bem próximo da estreia, em 13 de abril de 1833, com a Sociedade Filarmônica de Londres, sob sua direção. Embora a Sinfonia Italiana tenha sido recebida com grande entusiasmo, Mendelssohn a tirou de circulação alguns anos mais tarde para novas revisões, que nunca foram finalizadas. A obra só foi editada após a sua morte.

16 Maio 2024
quinta-feira, 20h30

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