Vivace 3 (2025)

Silvio Viegas, regente convidado
Andrey Baranov, violino

GUERRA-PEIXE
SHOSTAKOVICH
TCHAIKOVSKY
Museu da Inconfidência
Concerto para violino nº 1 em lá menor, op. 77
Sinfonia nº 1 em Sol menor, op. 13 “Sonhos de Inverno” nº 2 em Ré maior, op. 43

Nascido em uma família de músicos, Andrey Baranov começou a tocar violino aos cinco anos de idade. Estudou no Conservatório Rimsky-Korsakov de São Petersburgo, sua cidade natal, e no Conservatório de Lausanne (Suíça) antes de começar uma bem-sucedida carreira internacional como solista. Desde a sua estreia em 2005, com o maestro Vasily Petrenko e a Filarmônica de São Petersburgo, Baranov se apresentou com as sinfônicas de Viena e de Montreal, com as filarmônicas de Luxemburgo, Bruxelas e Sendai, a Orquestra do Teatro Mariinsky, a Royal Philharmonic e outros grandes conjuntos. Colaborou com regentes e instrumentistas de renome, como Martha Argerich, Julian Rachlin, Teodor Currentzis e Kent Nagano. É vencedor dos concursos internacionais Rainha Elisabeth (2012), Benjamin Britten e Henri Marteau (ambos em 2008). Em 2012, fundou o Quarteto de Cordas David Oistrakh, cujo nome é uma homenagem a seu conterrâneo, um dos maiores violinistas do século XX. Baranov faz sua primeira apresentação com a Filarmônica em 2024, acompanhando o amigo Alexander Hülshoff no exuberante Concerto Duplo de Brahms.

Programa de Concerto

Em 1948, por ocasião da chamada “purga de Jdanov” (chefe cultural da burocracia stalinista), Shostakovich foi suspenso temporariamente de sua docência no Conservatório de Moscou, acusado de orientação musical antipopular e formalista. Estava proibido de estrear novas obras orquestrais. Procurou então recuperar o prestígio oficial com o oratório O Canto das Florestas e a trilha encomendada para um filme pretensiosamente patriótico. Porém, escreveu também obras cuja estética inviabilizava qualquer possibilidade imediata de execução — dois quartetos de cordas, o ciclo de canções Da poesia popular judia e o Concerto para violino, op. 77. Entre outras inovações, essas composições trazem elementos da música popular judaica — da qual havia se aproximado através de seu discípulo Benjamin Fleischmann — e destoavam das campanhas antissemitas oficiais. O Concerto para violino nº 1 é a maior das obras concertantes de Shostakovich. Sua estreia aconteceu só em outubro de 1955, quase sete anos depois de sua criação, com a Filarmônica de Leningrado, conduzida por Yevgeny Mravinsky, e David Oistrakh como solista.

Tchaikovsky chegou a Moscou em janeiro de 1866, aos vinte e cinco anos de idade, convidado por Nikolai Rubinstein para lecionar no futuro Conservatório de Música da cidade, que seria inaugurado em setembro. Desejoso de se firmar como compositor, logo se empenhou em uma tarefa árdua para um jovem recém formado: a criação de uma sinfonia. Em março, começou, com dificuldade, a traçar os primeiros rascunhos mas, no mês seguinte, a publicação de uma crítica devastadora a respeito de sua cantata An die Freude desencadeou uma série de problemas psicológicos que o acompanhariam por toda a vida. Ao final de maio, conseguiu terminar o esboço da sinfonia e, nos meses de junho e julho, em São Petersburgo, passou várias noites acordado trabalhando na orquestração. Com a saúde física e mental em frangalhos, Tchaikovsky cometeu um erro. Antes de voltar a Moscou para a inauguração do Conservatório, resolveu submeter a sinfonia, ainda inacabada, à crítica de seus antigos professores Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba. Os dois foram impiedosos. Hipersensível a críticas, Tchaikovsky voltou a Moscou arrasado. Porém, assumiu suas funções no Conservatório e no mês de dezembro conseguiu voltar à Sinfonia. Trechos dela foram apresentados naquele final de ano e no início do, mas ele ainda teve de esperar doze meses para ter sua Sinfonia no 1 executada na versão completa, em Moscou, sob regência de Nikolai Rubinstein. Trata-se de uma obra madura, evidenciando o temperamento típico da música russa, tanto em seus temas de sabor folclórico quanto no brilhante colorido orquestral.

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