Variaciones Concertantes, op. 23

Alberto GINASTERA

Alberto Ginastera ocupa um dos mais importantes lugares no panorama da música argentina. Sua linguagem conheceu inúmeras transformações, desde a inspiração no folclore até todas as experiências do século XX. A partir da Sonata nº 1 para piano (1952) e das Variações Concertantes, op. 23 começa sua carreira internacional, após um período de meditação e escolha de caminhos. As Variações, dedicadas a Igor Markevitch, foram estreadas por esse regente. A orquestração é composta por madeiras, metais, tímpanos, harpa e cordas. Consta de um tema para violoncelo e harpa e de onze variações e interlúdios. Cada variação destaca as possibilidades e a beleza de um instrumento solista, enquanto os interlúdios se destinam a grupos, um de todas as cordas, outro de sopros.

 

O acorde formado pelas cordas soltas do violão aparece na exposição do tema. Enquanto a harpa toca essas notas, o violoncelo expõe o tema. Em outras passagens reaparece esse acorde que se encontra em muitas obras do autor, adquirindo valor simbólico. Na última variação surge o ritmo do Malambo, tradicional dança dos gaúchos argentinos.
Equilíbrio formal, orquestração refinada, interessante uso do material temático e exemplar poder de síntese são características da obra.

 

Mirta Herrera
Pianista

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