Sinfonia nº 80 em ré menor

Franz Joseph HAYDN

Haydn, último compositor eminente a serviço de um nobre, viveu de 1761 a 1790 no domínio rural dos Esterházy, Hungria. Afastado do mundo, compunha as músicas desejadas pelo príncipe. Tinha cerca de vinte e cinco músicos para a orquestra e uma dúzia de cantores, reconhecidos talentos. Declarou que “como regente de uma orquestra podia fazer experiências, observar o que reforçava e o que enfraquecia um efeito e, assim, melhorar, substituir, omitir e tentar coisas novas” e, por estar isolado, sem ninguém que o induzisse ao erro ou o molestasse, “viu-se forçado a ser original”.

 

Foi nos quartetos e nas 108 sinfonias que Haydn mais se destacou como original compositor. Compôs a Sinfonia nº 80, das últimas em modo menor, sob influência do movimento músico-literário alemão Sturm und Drang, que buscava expressar as emoções intensas e intrínsecas ao indivíduo.

 

Um Allegro spiritoso, em que emoções transbordam em intenso e trêmulo ré menor nas cordas e se alternam em um tema dançante, em jogo de idas e vindas; um Adagio lírico em si bemol maior com algo do drama tempestuoso inicial; um Menuetto, retornando à tonalidade original através de uma dança dramática, com trio derivado da lamentatione da Sinfonia nº 26 do próprio Haydn; e um Finale: presto em triunfante forma sonata em ré maior.

 

Igor Reyner
Pianista e mestrando em música pela UFMG.

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