Eugene Onegin, op. 24: Valsa

Piotr Ilitch TCHAIKOVSKY

(1877/1878)

Instrumentação: piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.

 

Eugene Onegin é a quinta ópera composta por Tchaikovsky e sua mais famosa produção no gênero. A ideia de compor uma ópera baseada no romance em versos Yevgeny Onegin, de Aleksandr Pushkin, veio da contralto Yelizaveta Lavrovskaya. Fascinado com a ideia, o compositor comprou um exemplar do romance logo após o jantar e passou a noite em claro lendo-o. Com libreto do compositor e de Konstantin Shilovsky, a ópera conta a história do nobre Eugene Onegin, que um dia recebe uma carta apaixonada da jovem Tatyana. Na manhã seguinte ele a encontra e rejeita seu amor, dizendo-lhe não estar preparado para o casamento. No baile na casa de Madame Larina, Onegin faz a corte a Olga, irmã de Tatyana e noiva de Lensky, seu amigo de infância. Ofendido, Lensky o chama para um duelo. Onegin o mata. Muitos anos depois, em São Petersburgo, ele encontra Tatyana em um baile, agora casada com o Príncipe Gremin. Onegin percebe que a ama e que não deveria tê-la desprezado. Escreve-lhe uma carta e corre até ela esperando a resposta. Tatyana lhe diz que, embora ainda sinta o mesmo amor que um dia sentiu, agora é uma mulher casada. Ela lhe ordena que a deixe. E eles se separam para sempre.

 

A ópera Eugene Onegin foi composta entre junho de 1877 e fevereiro de 1878. As primeiras quatro cenas foram apresentadas no Conservatório de Moscou em dezembro de 1878, sob a direção de Nikolai Rubinstein. A ópera completa teve sua primeira apresentação no Teatro Maly, em Moscou, em 29 de março de 1879, com alunos do Conservatório regidos novamente por Nikolai Rubinstein. Sua primeira apresentação profissional ocorreu no dia 23 de janeiro de 1881, no Teatro Bolshoi, em Moscou, com regência de Enrico Benvignani.

 

A tão conhecida Valsa abre o segundo ato, no baile oferecido por Madame Larina, mãe de Tatyana e Olga. Uma breve introdução nos prepara para a valsa. Quando ela desponta, nos sentimos envolvidos por uma daquelas peças que Tchaikovsky tanto amava compor: uma valsa alegre e festiva, ideal para uma celebração.

 

Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

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