Capriccio, op. 85: Cena final

Richard STRAUSS

(1940/1941)

Instrumentação: piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, corni di basseto, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, 2 harpas, cordas.

 

Capriccio é a última ópera de Richard Strauss. Após a morte de Hofmannsthal, em 1929, Strauss procurou Stefan Zweig para escrever o libreto de suas próximas óperas. O austríaco Zweig era um dos escritores mais aclamados da época. Em 1933 iniciou o libreto de Capriccio, mas, com a ascensão dos nazistas, foi obrigado a fugir do país e abandonar o projeto. Acabaria suicidando-se, anos mais tarde, em Petrópolis. Joseph Gregor assumiu seu lugar junto a Richard Strauss, no final dos anos 1930. Strauss, insatisfeito com o resultado, fez algumas correções no libreto e acabou por pedir ao regente Clemens Krauss que o ajudasse a terminá-lo. A ópera teve sua estreia em 28 de outubro de 1942, no Nationaltheater de Munique, sob a regência de Krauss.

 

Escrita em um ato, Capriccio foi chamada, pelo próprio compositor, de “uma peça de conversa para música”, graças à ênfase no tom coloquial dos recitativos. A ação se passa no século XVIII, em um castelo perto de Paris. Indecisa entre o amor do compositor Flamand e o do poeta Olivier, a bela condessa Madeleine decide resolver o dilema pedindo-lhes que componham, juntos, uma ópera sobre a inseparabilidade da música e das palavras. Na cena final, frequentemente apresentada nas salas de concerto, a condessa encontra-se sozinha para jantar, refletindo sobre qual dos dois amantes escolherá.

 

Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

anterior próximo