Blumine

Gustav MAHLER

Em Blumine dá ênfase ao canto que Mahler entrega à orquestra. Esse movimento sinfônico, incluído como segundo movimento da Primeira Sinfonia, foi retirado desta, quando de sua publicação, em 1899. Ganhou vida própria, levando sua mensagem delicada, que se inicia com uma melodia singela, entregue a um solo de trompete que, após algumas intervenções, superpostas, das madeiras e das trompas, é concluída pelas cordas. Ecos da melodia, no trompete, fecham a primeira seção da obra. A seção central, em tonalidade menor, dá voz sobretudo às madeiras. A melodia principal da primeira seção, modificada, insinua-se nas trompas, passa por diversos timbres nas madeiras e é retomada pelo trompete solista para a conclusão da obra. A forma é simples, ternária, mas escapa de uma simples repetição, na seção conclusiva. Leveza, rarefação, lembram em Blumine o perfume da tília: um presente, despretensioso, com a sinceridade de uma Canção sem Palavras.

 

Oiliam Lanna
Compositor e regente, professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

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