Aconcagua: Concerto para bandoneón e orquestra

Astor Piazzolla

Piazzolla cresceu em Nova York, onde, influenciado por Carlos Gardel, interessou-se pelo tango. Em Buenos Aires compôs arranjos para a orquestra de tangos de Aníbal Troilo, na qual atuou; passou a estudar com Ginastera e, em Paris, com Nadia Boulanger, a quem deve o estímulo para a continuidade de sua carreira. Na década de 1950 cria sua própria orquestra, realiza turnês e compõe no estilo denominado nuevo tango, sob influência do jazz e da música clássica. Imerso na renovação do tango, irá compor incessantemente até sua morte. Aproximou o tango da música erudita, com o reconhecimento de grandes artistas e crescente admiração do público e da crítica. O Concerto Aconcagua, de 1979, foi originalmente composto para bandoneón, cordas e percussão. A première mundial no formato atual se deu em 1981 no Kennedy Center de Washington, com o autor como solista. Há, na obra, claras influências do concerto grosso barroco. Na primeira parte o tema do bandoneón passa à orquestra, terminando com uma demonstração de virtuosismo do solista. Na lenta e lírica melodia sem acompanhamento da segunda parte, subjaz a essência dramática do tango. O final passa da vivacidade inicial a um clima melancólico, tipicamente tanguero.

 

Embaixador Ramón Villagra Delgado – Cônsul-geral da República Argentina.

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