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Peça fundamental do repertório coral, o Réquiem de Gabriel Fauré em muito destoa de trabalhos anteriores com o mesmo nome, a exemplo dos igualmente importantes réquiens de Mozart, Berlioz e Verdi. Em evidente ruptura com a tradição romântica, a missa dos mortos de Fauré opta por um tom sereno e mais acolhedor que suas antecessoras, buscando transmitir ao ouvinte a sensação de paz alcançada no repouso eterno. Sua primeira execução pública aconteceu em 16 de janeiro de 1888, na Igreja da Madeleine, em Paris. Nos anos seguintes, Fauré continuou trabalhando na partitura: incluiu uma orquestra mais numerosa, um coro misto em vez de somente masculino e dois novos movimentos, entre eles o “Libera me” para voz barítona. A versão mais conhecida do público foi finalizada apenas em 1900, com adequações que visavam uma melhor apreciação em salas de concerto. Por sua incomum sutileza, o Réquiem causou estranheza em muitos, principalmente ao não expressar um temor diante do fim da vida. Para Fauré, o momento da morte era como “uma entrega feliz, uma aspiração à felicidade celestial, mais do que uma experiência dolorosa”. Por meio de suas melodias suaves, seu Réquiem dispensa representações sonoras do sofrimento terreno e nos oferece um sereno acalanto.