O sagrado na voz da França

Fabio Mechetti, regente
Raquel Paulin, soprano
Johnny França, barítono
Concentus Musicum de Belo Horizonte
Iara Fricke Matte, regente do coro

|    Presto

|    Veloce

POULENC
FAURÉ
Glória
Réquiem, op. 48

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School.

O Concentus Musicum de Belo Horizonte estreou em 2016 junto à Filarmônica de Minas Gerais na apresentação do Réquiem de Mozart, o que deu início a uma frutífera parceria, com participações em todas as temporadas desde então, totalizando dezoito concertos. Idealizado pela regente Iara Fricke Matte, o Concentus foi criado com o objetivo de contribuir para a difusão da música erudita em Belo Horizonte e se dedica à interpretação de obras dos períodos barroco, clássico e renascentista, bem como de um seleto repertório contemporâneo e colonial brasileiro. O grupo engloba três formações musicais distintas: o Coro Sinfônico, o Madrigal e a Orquestra Barroca, fruto da parceria entre a regente, os músicos e o pianista Hélcio Vaz.

Regente coral e orquestral, Iara Fricke Matte dedica-se ao estudo e apresentação de obras dos períodos barroco e renascentista. Concluiu seu mestrado pela Universidade de Minnesota, o doutorado pela Universidade de Indiana e realizou o pós-doutorado na Universidade de Southern California, todas nos Estados Unidos. Desde 1997, é professora de regência na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dentro da universidade, atuou como regente titular do coral Ars Nova, tendo realizado mais de noventa concertos no Brasil e no exterior, e atualmente ocupa o cargo de regente titular da Orquestra Sinfônica da UFMG. Em 2016, idealizou o Concentus Musicum de Belo Horizonte, que se tornou um importante parceiro da Filarmônica, com participação em todas as temporadas da orquestra desde então.

Programa de Concerto

Glória | POULENC

O trabalho de Francis Poulenc é marcado, em diferentes momentos, tanto por uma forte vertente religiosa como por uma abordagem rebelde de formas e temas. O próprio compositor associava essa dualidade a seus laços sanguíneos: a família do pai era profundamente cristã, enquanto a da mãe era formada por artistas e artesãos. Criado em ambiente católico, Poulenc se afastou mais da religião durante a juventude. Em 1936, quando estava próximo dos quarenta anos, uma peregrinação à Capela Notre-Dame de Rocamandour reavivou sua fé e deu início a uma produção de obras desse cunho que durou até o fim da vida. Glória foi escrita em 1959, quatro anos antes de sua morte. A composição transita entre momentos de sobriedade e trechos mais vibrantes, e demonstra a afeição de Poulenc tanto por arroubos de grandiosidade como sua capacidade de restringir a orquestra quando julgava necessário. Essa segunda característica é perceptível especialmente no terceiro movimento, “Domine Deus”, em que se sobressai a dramaticidade do solo para soprano.

Essa serena missa de mortos em todo destoa de trabalhos anteriores, como os de Berlioz, Verdi e Mozart. A primeira execução pública do Requiem de Gabriel Fauré, em 16 de janeiro de 1888 na Igreja da Madeleine, em Paris, teve uma fria recepção. Em evidente ruptura com a tradição musical dos Requiem românticos, o compositor optou por se concentrar na ideia da paz e do repouso eterno. Feita em memória do pai do compositor, a partitura apresenta uma paradoxal e delicada mistura de inocência e sabedoria, que gerou estranheza entre os críticos. “Tem sido dito que o meu Requiem não expressa medo pela morte e alguém o chamou de canção de ninar fúnebre. Mas é assim que eu vejo a morte, uma entrega feliz, uma aspiração à felicidade celestial, mais do que uma experiência dolorosa”, o compositor afirmou muitos anos depois, em 1902. No entanto, a surpreendente leveza na música se deve a muitas escolhas composicionais que aprimoram a visão de Fauré sobre vida e morte: os violinos, normalmente divididos em duas seções, aqui aparecem em uma; já as violas e os violoncelos são divididos em primeira e segunda seção. Não há agitação e carga dramática. A extraordinária sutileza de Pie Jesu e In Paradisum transformaram esses dois movimentos em algumas das mais belas melodias do compositor.

19 set 2024
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais

20 set 2024
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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