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José Mauricio Nunes Garcia, filho de pai e mãe alforriados, teve de enfrentar desde cedo as contradições de uma ascendência negra em Brasil escravocrata. Aos 26 anos já despontava como músico profissional, tornando-se Mestre de Capela da Sé e da Catedral do Rio de Janeiro. Com a chegada da Família Real em 1808, quando tinha apenas 31 anos, foi nomeado Mestre da Real Capela. Sua produção é hegemonicamente religiosa. Porém, há lugar também para obras de caráter secular, sempre ligadas a um viés dramático. A Abertura Zemira, composta cinco anos antes da transferência da Corte, insere-se nesse sofisticado leque. A Abertura, como gênero musical autônomo, surge na segunda metade do século XVIII. Nesse sentido, a obra de Nunes Garcia, escrita em estilo clássico, confirma a intimidade do brasileiro com a música de concerto de sua época, mesmo antes da vinda de D. João VI e companhia.