Bruckner em toda a sua majestade

Fabio Mechetti, regente
Marcus Julius Lander, clarinete
Adolfo Cabrerizo, fagote

|    Allegro

|    Vivace

R. STRAUSS
BRUCKNER
Dueto-concertino
Sinfonia nº 7 em Mi maior

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Na Temporada 2024, apresentou-se com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e retornou ao Teatro Colón, onde conduziu a Filarmônica de Buenos Aires.

Marcus Julius é Bacharel em Clarinete pela Unesp, na classe de Sérgio Burgani. Também foi aluno de Luis Afonso “Montanha” na USP e de Jonathan Cohler no Conservatório de Boston. Atuou como spalla na Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e chefe de naipe nas orquestras Jovem de Guarulhos, do Instituto Baccarelli e da Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Integrou a Orquestra Acadêmica da Cidade de São Paulo. Foi professor no Festival de Verão Maestro Eleazar De Carvalho 2014 (Itu, Brasil) e no VII Taller para Jóvenes Clarinetistas (Lima, Peru). Apresentou-se como palestrante nos conservatórios de Shenyang e Tai-Yuan (China) e no Instituto Superior de Música del Estado de Veracruz (Xalapa, México). Marcus Julius foi jurado na Royal Musical Collection International Clarinet Competition (Baoding , China) e no 3º Concurso Devon & Burgani (São Paulo, Brasil). Como artista residente, foi recebido no 8º Festival Internacional de Clarinete e Saxofone de Nan Ning (China, 2010), Festival Internacional de Clarinetes de Pequim (China, 2014), Dream Clarinet Academy em Baoding (China, 2017), IV Congresso Latino-americano de Clarinetistas (Lima, Peru, 2019), na Thailand International Clarinet Academy (Bangkok, Tailândia, 2019) e no I Festival Internacional de Clarinete Yuuban (Xalapa, México). Marcus Julius ingressou na Filarmônica em 2009 e desde 2012 é Clarinete Principal da Orquestra. É artista Royal Global e D’addario Woodwinds.

Adolfo Cabrerizo iniciou os seus estudos musicais em Granada (Espanha), sua cidade natal, com seu pai, também chamado Adolfo Cabrerizo. Em 2007, tornou-se o aluno mais jovem de sopros da Escola Superior de Música Rainha Sofía, ocupando a Cadeira de Fagote de Klaus Thunemann. No mesmo ano, foi admitido no Instituto Internacional de Música de Câmara em Madri, onde foi aluno de Hansjörg Schellenberger e Radovan Vlatkovic, sendo convidado por quatro anos consecutivos para o Festival de Santander. Como integrante da Orquestra Jovem da Escola Reina Sofía, apresentou-se em inúmeras ocasiões sob a batuta de maestros de renome, como Zubin Mehta. Adolfo concluiu o mestrado em Performance Musical pela Universidade de Música e Artes Cênicas de Munique e pela Academia Norueguesa de Música, orientado por Dag Jensen. Já atuou com as orquestras da Ópera e Balé Nacional da Noruega, as filarmônicas da Malásia e de Nuremberg, a Sinfônica de Madri e a Orquestra de Rádio da Suécia, entre outras. Em 2020, iniciou um segundo mestrado com o professor Sergio Azzolini, na Basileia (Suíça). Adolfo é o Fagote Principal da Filarmônica desde 2022.

Programa de Concerto

Dueto-concertino | R. STRAUSS

Após escrever sua última ópera, Capriccio, em 1941, Richard Strauss chegou a afirmar que sua carreira como compositor estava encerrada. Apesar disso e da idade já avançada, o sempre muito produtivo Strauss continuou compondo – ainda que chamasse essas peças, jocosamente, de “exercícios para o punho”. Concluído em 1947, o Dueto-concertino possui de fato um caráter mais lúdico, com seu estilo neo-rococó um tanto anacrônico para aqueles anos pós-Segunda Guerra. A ideia de um concerto duplo para clarinete e fagote surgiu da amizade de Strauss com Hugo Burghauser, Fagotista Principal da Filarmônica de Viena na época. A peça se baseia em uma narrativa simples criada pelo próprio compositor, na qual o clarinete representa uma princesa bailarina e o fagote, um urso que a imita. No primeiro movimento, Strauss faz com que o fagote soe um tanto desajeitado diante da graciosidade do clarinete, como se o urso tentasse desastradamente replicar os passos perfeitos da princesa. À medida que a partitura evolui, os dois personagens constroem uma relação mais sinérgica até se entregarem a um balé conjunto, durante o qual o urso se transforma em um príncipe. Afastando-se da opulência dramática que o consagrou, Strauss opta por uma abordagem mais suave no Dueto-concertino, fazendo os solistas dialogarem de forma cada vez mais harmoniosa até o alegre desfecho.

Possuidor do hábito de revisar exaustivamente as próprias obras (algumas contam com várias versões), Anton Bruckner teve seu talento reconhecido apenas tardiamente. Esse ímpeto de rever as partituras somado a sua abertura para acolher sugestões de colegas foram interpretados, por vezes, como sinais de indecisão e falta de confiança. Assim, ainda que as suas primeiras sinfonias tenham sido criadas na década de 1860, a maioria delas só foi estreada ou publicada depois de 1880. Nesse sentido, a Sinfonia nº 7, provavelmente a mais conhecida, ao lado da Quarta, ocupa um lugar fundamental na sua trajetória. Ela foi executada pela primeira vez em Leipzig, em 1884, com boa recepção. A segunda execução, datada de março de 1885, em Munique, foi um triunfo ainda maior e ampliou a divulgação internacional da música de Bruckner. Ao longo de seus quatro movimentos, temos uma demonstração perfeita do vigor e da monumentalidade que definem a abordagem do compositor nas grandes empreitadas orquestrais – traços que formam um curioso contraste com o seu jeito tímido de ser. A escolha incomum por incluir quatro tubas wagnerianas nos sopros é uma homenagem de Bruckner a seu maior ídolo, Richard Wagner, que faleceu em 1883. A entrada dos instrumentos com uma melodia fúnebre no lento e sublime adágio que forma o segundo movimento é, sem dúvida, um tributo à altura daquele que Bruckner considerava “o mestre dentre os mestres”.

11 abr 2024
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube

12 abr 2024
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais
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