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Das doze óperas que compôs Charles Gounod, apenas três tiveram sucesso: Fausto, Mirreille e Romeu e Julieta. Fausto, de 1859, foi um sucesso de bilheteria, na França e fora dela: foram mais de três mil récitas na Alemanha, entre 1901 e 1910! Não é para menos. Há na ópera algumas preciosidades que até hoje são cativantes: o ato da quermesse, o dueto O nuit d’amour, e o trio Anges purs, anges radieux. Embora o Fausto de Gounod seja bem diferente do de Goethe, em que se baseou, corre-se o risco, nesse caso, de se poder dizer que a música seja talvez mais determinante que o enredo. O frescor e a simplicidade acessível do melodismo de Gounod sustentam a obra e é uma das razões de sua notoriedade. O célebre balé, que se encontra no início do quinto ato, foi introduzido na partitura em 1869, quando foi reapresentada na Ópera de Paris. Efeitos dramáticos à parte, o fato é que a Música de Balé do Fausto de Gounod tornou-se de pronto uma de suas páginas mais celebradas e mais executadas, como obra autônoma, no mundo sinfônico. São sete danças ao todo. Não há interrupção entre elas, que se entrelaçam. A despeito dos títulos e das temáticas, não há qualquer tipo de referência arcaizante ou estereotipada. É ao século XIX e a Gounod que se ouve: franco, elegante, francês, infinitamente cativante e totalmente original.