Filarmônica e Grupo Corpo em concerto

Fabio Mechetti, regente
Grupo Corpo
Paulo Pederneiras, diretor artístico
Rodrigo Pederneiras, coreógrafo
Vinicius Atique, barítono

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M.A. GUIMARÃES
A. MÁRQUEZ
GINASTERA
Dança Sinfônica
Danzón nº 2
Estância, op. 8

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Em 2024, realizará concertos com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e a Sinfônica de Porto Alegre, além de retornar ao Teatro Colón, em Buenos Aires.

Mineiros, brasileiros, fazendo uma dança sem fronteiras. Criado em 1975,em Belo Horizonte, o Grupo Corpo é uma companhia onde o Brasil inteiro, com toda a sua diversidade cultural, se reconhece. Num mundo onde a velocidade com que as informações se espalham está produzindo uma paisagem cada vez mais homogênea, o Grupo Corpo se destaca por haver desenvolvido uma assinatura própria. Existem três razões básicas para que a companhia ocupe um lugar singular na arte contemporânea. Primeira: Rodrigo Pederneiras, seu coreógrafo residente, tornou-se um dos poucos criadores capazes de fazer o balé clássico contaminar-se com as danças populares e, a partir dessa mistura, dar nascimento a um corpo capaz de expandir os limites do rigor técnico. Segunda: a sabedoria com que Paulo Pederneiras transforma coreografia em obra de dança. Além de dirigir a companhia, assina a iluminação e os cenários que grifam o acabamento cênico de cada produção com um tipo de qualidade que não cessa de inaugurar novas referências. E terceira: um elenco muito afinado, formado por estrelas de luz própria, onde a precisão do conjunto brota de uma sintonia fina entre todos os bailarinos. Quando se vê o Grupo Corpo dançando, é como se as questões do trânsito entre a natureza e a cultura estivessem sendo bem respondidas. São os diversos Brasis, o passado e o futuro, o erudito e o popular, a herança estrangeira e a cor local, o urbano e o suburbano, tudo ao mesmo tempo sendo resolvido como arte. Arte brasileira. Arte do mundo.

Helena Katz

Paulo Pederneiras é fundador, diretor geral e artístico do Grupo Corpo. Desde 1975 à frente do grupo, imprimiu qualidades técnicas, estéticas e um estilo que fizeram do Grupo Corpo uma marca, hoje reconhecida e consumida por países dos cinco continentes. Participou ativamente na definição de todos os detalhes de cada produção, assinou os projetos de iluminação de todas as coreografias e a cenografia de muitas delas. Criou projetos museográficos para importantes exposições como Artes indígenas e Arqueologia, integrante da Mostra do Redescobrimento, por ocasião do aniversário de 500 anos do descobrimento do Brasil, Imagem e Identidade, com o acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e O Tesouro dos Mapas, exposição de cartografia que percorreu as quatro mais importantes capitais brasileiras. Assinou ainda a criação da instalação artística Borboletas do Rosa, em comemoração aos 50 anos de publicação do livro Grande Sertão Veredas,de Guimarães Rosa, e da instalação Memorial da Imigração Japonesa, em BH.

Coreógrafo do Grupo Corpo desde 1978, Rodrigo Pederneiras tem seu trabalho reconhecido nacional e internacionalmente. Ao lado de um grupo de criação e interpretação bastante coeso e afinado, desenvolveu sua própria linguagem, hoje característica do Grupo Corpo. Sua criatividade, sua precisão e seu rigor, aliados à excelência técnica da companhia, foram fundamentais na construção de uma vigorosa imagem da dança brasileira na cena internacional. Além de seu trabalho junto ao Grupo Corpo, criou coreografias para diversas companhias de dança,entre elas o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Ballet do Teatro Guaíra, Balé da Cidade de São Paulo, Companhia de Dança de Minas Gerais, Companhia da Deutsche Oper Berlin (Alemanha), Gulbenkian (Portugal), Les Ballets Jazz de Montréal (Canadá), Stadttheater Saint Gallen (Suíça) e Opéra du Rhin (França).

Com participações em montagens elogiadas pela crítica, Vinícius Atique vem ganhando destaque na cena lírica nacional. Recentemente, cantou o papel de Stárek em Jenufa de Janácek, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e protagonizou o ciclo de canções Winterreise, de Schubert, no Theatro Municipal de São Paulo. Também foi Fígaro em O barbeiro de Sevilha; Silvio em Pagliacci; e Don Giovanni na obra homônima. Como solista, já cantou o Messias de Haendel; a Theresienmesse de Haydn; o Oratório de Natal de J. S. Bach; o Requiem de Mozart; El Pessebre de Casals, dentre outras obras sinfônicas. Atique foi aluno da mezzo-soprano Dolora Zajick e, na Universidade de Montréal, do barítono Mark Pedrotti.

Programa de Concerto

Dança Sinfônica | M.A. GUIMARÃES

Dança Sinfônica estreou na temporada de 2015, a que comemorou a passagem dos 40 anos de existência do Grupo Corpo, quando o diretor artístico Paulo Pederneiras propôs uma celebração da memória da companhia. A encomenda da trilha foi feita a Marco Antônio Guimarães – cinco vezes colaborador do Corpo na criação de balés históricos como 21 e Bach –, e o resultado pinçava e trançava trechos memoráveis de trabalhos anteriores. Sobre essa teia, Rodrigo Pederneiras recombinou e recriou seu singular vocabulário coreográfico aclamado mundo a fora. A música foi gravada, com suntuosa roupagem sinfônica, pela Filarmônica de Minas Gerais, com regência de Fabio Mechetti e participação do Uakti; citações, combinações e transmutações das trilhas que fizeram a história do Grupo Corpo são traduzidas em cena nos gestos – frequentemente reconhecíveis e ao mesmo tempo renovados – dos bailarinos, com os rapazes vestidos de preto e as moças, de collants vermelho-vinho e rosa pálido. A memória entrelaçada ganhou uma alta voltagem emocional e inclui o extenso e primoroso pas-de-deux em espiral, reputado por seu criador entre os melhores a que deu vida até hoje. Neste segundo encontro do Grupo Corpo com a Filarmônica de Minas Gerais, sete trechos de Dança Sinfônica serão apresentados na Sala Minas Gerais.

Na década de 1990, Arturo Márquez embarca em uma viagem à cidade mexicana de Veracruz acompanhado pelo pintor Andrés Fonseca e pela dançarina Irene Martínez. Os amigos, dois apaixonados por girar pelos salões, introduzem Márquez à música de baile, principalmente ao danzón – o ritmo tem seu berço em Cuba, mas é parte importante do folclore de Veracruz. De lá pra cá, o compositor escreveu oito danzones, tendo o segundo deles se tornado um clássico moderno da música orquestral latino-americana. Sobre a obra, Márquez disse: “Estava fascinado, e comecei a entender que a leveza aparente do danzón é apenas um cartão de visitas para um tipo de música cheia de sensualidade e seriedade, um gênero que as pessoas mais antigas do México seguem dançando com um toque de nostalgia, como uma fuga eufórica em direção a seu próprio mundo emocional. (...) O Danzon nº 2 é um tributo ao ambiente que sustenta o gênero. Ele se esforça para chegar o mais perto possível da dança, de suas melodias nostálgicas, de seu ritmo selvagem”.

Ginastera, que sempre nutriu uma admiração especial pelo campo, resolveu inspirar seu balé Estância no poema de José Hernández, “El gaucho Martín Fierro”, publicado em 1872. A obra de Hernández é ainda hoje considerada por muitos “o livro nacional dos argentinos”. O balé, encomendado pelo coreógrafo Lincoln Kirstein em 1940, descreve o ciclo de um dia inteiro passado numa estância, seguindo a estrutura amanhecer – dia – tarde – noite – amanhecer. A companhia de Kirstein se dissolveu antes que o balé fosse montado, fazendo com que Ginastera optasse por reunir em uma suíte para orquestra quatro das mais expressivas seções da obra original. A suíte Estância conta com três movimentos extraídos da segunda cena do balé, “La mañana”, e com um movimento final isolado de “El amanhecer”, quinta e última cena. De estilo stravinskiano, “Los trabajadores agrícolas” sugere o esforço dos trabalhadores na colheita do trigo. A “Danza del trigo” evoca o cenário bucólico de uma estância pela manhã. “Los peones de hacienda” é inspirado na figura do vaqueiro. E a “Danza final” retrata o começo de um novo dia através da estilização do tradicional malambo, dança masculina argentina na qual o dançarino executa uma série de movimentos com os pés e que, no século XIX, era tida como a principal forma de um gaúcho demonstrar destreza e vigor.

4 jul 2024
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais INGRESSOS ESGOTADOS

5 jul 2024
sexta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais INGRESSOS ESGOTADOS

6 jul 2024
sábado, 20h30

Sala Minas Gerais INGRESSOS ESGOTADOS

7 jul 2024
domingo, 18h00

Sala Minas Gerais INGRESSOS ESGOTADOS

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