15º Laboratório de Regência

Giovanna Elias, regente
Tais Conte Renzetti, regente
Pedro Ferreira, regente
Renan Cardoso, regente

|    Laboratório de Regência

SMETANA
RAVEL
TCHAIKOVSKY
KODÁLY
O Moldávia
Mamãe Gansa: Suíte
Romeu e Julieta: Abertura-Fantasia
Danças de Galanta

Giovanna Elias, regente

Pianista e regente, Giovanna Elias é fundadora da SP Chamber Orchestra e regente assistente da Orquestra de Câmara da ECA/USP (OCAM). Formou-se em Regência pela USP, onde estudou com Gil Jardim, e atualmente estuda piano com Olga Kopylova. Já dirigiu a ópera O elixir do amor, de Gaetano Donizetti, e cenas de óperas de Puccini, Verdi, Mozart, Strauss Jr., Rossini, além de repertório sinfônico de Mahler, Beethoven, Schubert e outros. Foi regente assistente no Musikverein de Viena (2023) e na Ópera de Baugé (2024). Como pianista, apresentou-se na Sala São Paulo e no Masp. No exterior, dirigiu as orquestras do Wiener Festspiele, da Ópera de Baugè e a Utrecht String Orchestra. No Brasil, atuou como regente com o projeto Neojiba e com outras orquestras.

Tais Conte Renzetti, 33 anos, é regente titular da Rete Culturale Cantosospeso, na Itália, e regente associada da Rede Cultural Luther King, no Brasil. Concluiu seus estudos musicais em Milão, onde reside atualmente. Entre 2016 e 2020, foi assistente do maestro brasileiro Martinho Lutero Galati. Em 2021 e 2022, apresentou-se na Itália com o conjunto barroco La Barca del ‘700, projeto artístico criado pelo maestro Martinho Lutero ao qual dá continuidade. Estudou também com Riccardo Muti, Daniele Gatti, Fabio Luisi e Neil Thomson. Em novembro de 2022, estreou no Festival de Ravenna, regendo Così fan tutte, de Mozart, nos teatros Dante Alighieri de Ravenna e Verdi de Salerno.

Natural de Uberaba (MG), Pedro Ferreira, 25 anos, é bacharel em Composição e Regência pela Universidade Estadual do Paraná. Iniciou seus estudos de violino no Rio de Janeiro, aos 11 anos. Entre 2015 e 2016, foi violinista da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e aluno de Pedro Dellarole e Inna Meltser. Participou de masterclasses com Claudio Cruz, Abel Rocha, Mara Campos, Márcio Steuernagel, entre outros. Em 2022 e 2023, atuou como regente assistente da Orquestra Filarmônica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desde 2023, é aluno de regência na classe do maestro Claudio Cruz.

Natural de Cametá (PA), Renan Cardoso, 28 anos, é regente titular da Orquestra Jovem Vale Música de Belém desde 2019. Iniciou seus estudos aos oito anos, no Projeto Vale Música, em Belém, e formou-se em Regência e Violino pelo Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG). Foi aluno dos maestros Abel Rocha e Roberto Tibiriçá, e participou de masterclasses com renomados regentes. Em 2024, foi bolsista no Festival de Inverno de Campos do Jordão e participou de workshops de regência no Brasil. Atualmente, cursa a Classe de Regência da Academia de Música da Osesp, em São Paulo.

Programa de Concerto

O Moldávia | SMETANA

As ditas Escolas Nacionais, que surgem a partir da segunda metade do século XIX, podem ser entendidas como novos caminhos desbravados por compositores que buscavam alternativas aos limites do Romantismo alcançados por Liszt, Wagner e outros. Nesse ponto, a história da música se alinha à história política, e a tomada de consciência de identidades nacionais e de sentimentos patrióticos faz da música europeia menos cosmopolita e mais multinacional. A hegemonia impositiva das músicas alemã e italiana gera uma reação que buscará a singularidade, e as Escolas Nacionais a encontrarão na emancipação de modalismos regionais e na assimilação de características específicas das suas respectivas tradições musicais. Fundamentadas em um folclore vivo, essas escolas seguem caminhos próprios e se consolidam. Bedrich Smetana surge nesse contexto, deixando um legado tão significativo que fez da escola tcheca continuamente fecunda. De sua música sinfônica, a obra-prima é sem dúvida o ciclo de seis poemas sinfônicos intitulado MaVlast (Minha Pátria), dentre os quais se destaca o segundo: Vltava, mais conhecido pelo seu nome em alemão: Die Moldau (O Moldávia). O Moldávia foi composto em 1874 e estreado no ano seguinte, sob a batuta de Adolf Cech. O próprio rio é o mote do compositor, que o pinta desde suas nascentes, passando por suas corredeiras até o seu desaguar no rio Elba. É uma das obras mais conhecidas e executadas de Smetana.

Os cinco movimentos de Ma mère l’oye, ou Mamãe Gansa, foram originalmente escritos por Ravel para piano a quatro mãos em 1908 e orquestrados três anos depois. O título refere-se ao livro homônimo de contos de fadas do famoso Charles Perrault, ao qual pertencem as duas primeiras peças da suíte. Graves contrabaixos preparam o início da Pavana da Bela Adormecida no Bosque. O ritmo lento dessa antiga dança serve de acalanto para a princesa e seus doces sonhos. No conto seguinte, o Pequeno Polegar vagueia no centro da floresta ameaçadora. Na peça de Mme. d’Aulnoy, Feinha, a imperatriz dos pagodes, a princesinha oriental apresenta sua orquestra de porcelana tocando instrumentos de nozes e conchas. Em As conversas da Bela e da Fera, retiradas do conto da Condessa de Beaument, a orquestração de Ravel caracteriza a Bela com o encantador tema do clarinete, em ritmo de valsa. No movimento final da suíte, a Bela Adormecida desperta com o beijo de seu príncipe. O casal é conduzido ao esplendor de O jardim das fadas, que eles percorrem apaixonados, até a fascinante apoteose final.

Entre os muitos textos literários que lhe serviram de inspiração, Tchaikovsky se comovia particularmente com a estória de Romeu e Julieta, a obra mais popular de Shakespeare. Para escrevê-la, em versos de um lirismo inigualável, o grande escritor seguiu fielmente o enredo de uma peça de Artur Brooke, publicada em 1562. Mas enquanto a versão moralista desse autor atribui o trágico desenlace da história ao fato dos jovens amantes desobedecerem à vontade de seus pais, Shakespeare desloca o foco narrativo para o ódio entre as famílias rivais, transformando os namorados em vítimas de um destino cruel. Já nas palavras do Prólogo, com a afirmativa de que as estrelas fizeram nascer “um par de amantes desditosos”, o Destino torna-se protagonista da tragédia. Em sua Abertura-Fantasia, Tchaikovsky não se propõe a ilustrar ou seguir a narrativa de toda a peça de Shakespeare. Preferiu evocar a tragédia, fundamentando sua composição em três temas que retratam: o frade Lourenço; a guerra entre os Montéquio e os Capuleto; e o amor dos jovens amantes. O uso desses três temas permite uma ampliação da forma sonata, com uma prodigiosa riqueza de ideias.

As Danças de Galanta foram compostas em 1933, a partir de um conjunto de melodias ciganas relacionadas ao lugar onde Zoltán Kodály morou entre 1885 e 1892. O próprio Kodály faz uma descrição em terceira pessoa do lugar, da sua relação com ele e de como a obra foi concebida: “Galanta é uma pequena cidade mercantil conhecida daqueles que viajam entre Viena e Budapeste. O compositor passou sete anos de sua infância ali. Naquele tempo, havia uma famosa banda cigana que desde então desapareceu. Essa foi a primeira sonoridade ‘orquestral’ a chegar aos ouvidos da criança. (…) Por volta de 1800, alguns livros de danças húngaras foram publicados em Viena, um dos quais continha músicas ‘de vários ciganos de Galanta’. Eles preservaram as velhas tradições. A fim de mantê-las vivas, o compositor retirou seus principais temas dessa velha publicação”. A composição foi criada a partir de um conjunto de verbunkos – danças apresentadas durante os recrutamentos compulsórios do exército Habsburgo. Como os ciganos frequentemente eram parte das bandas de verbunkos, as danças ficaram associadas a eles, mas são originalmente húngaras e deram origem às famosas csárdás do século XIX. A peça foi estreada em 23 de outubro de 1933 pela Orquestra da Sociedade Filarmônica de Budapeste, regida por Ernest von Dohnányi, e tornou-se rapidamente a mais popular das criações orquestrais de Kodály.

11 set 2024
quarta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube
Ingressos Transmissão

Distribuição online de ingressos a partir do dia 6 de setembro, ao meio-dia.
🤟 Interpretação em Libras.

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