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Francis Poulenc recebeu uma formação geral clássica e, na música, foi aluno de Charles Koechlin e do grande pianista espanhol Ricardo Viñes. Como compositor, integrou uma geração de artistas que representou, na França, a recusa do impressionismo, assim como o gosto pela utilização de elementos do music hall e do jazz. A música de Poulenc é, em geral, leve, clara, de harmonias requintadas. Ele pode ser decididamente urbano, parisiense em sua inspiração, como outras vezes voltado para reminiscências do campo. Extremamente feliz ao utilizar textos poéticos (Apollinaire, Max Jacob, Éluard etc.), sua contribuição à música vocal francesa está entre os momentos mais altos de sua obra. Na música de câmara, deixou algumas joias, como as três sonatas com piano; na música cênica, explorou a veia cômica e satírica em Os seios de Tirésias; na música coral, demonstrou seu lado sinceramente religioso, como exemplificado nas Litanias à Virgem Negra e em seu Stabat Mater. Excelente pianista, também escreveu muito para seu instrumento. A música sinfônica não foi objeto de seu particular interesse, porém utilizou com frequência as formas concertantes, como em seus cinco concertos: para piano, para órgão, para cravo (Concerto Campestre), para dois pianos e o Aubade (um concerto coreográfico para piano e 18 instrumentos). Escrito em 1949 para uma turnê nos Estados Unidos, o Concerto para piano de Poulenc consegue fundir a sua expressividade vanguardista de juventude com a serenidade dos anos maduros. É um divertissement, descomprometido e brilhante em seus três breves movimentos, cheio da espontaneidade característica do autor. O próprio Poulenc foi solista na estreia do Concerto em janeiro de 1950, com a Sinfônica de Boston, sob a regência de Charles Munch.