Ópera em noite de gala

Fabio Mechetti, regente
Gabriella Pace, soprano
Ana Lucia Benedetti, mezzo-soprano
Giovanni Tristacci, tenor
Hernán Iturralde, baixo-barítono

|    Fora de Série

ROSSINI
GOUNOD
TCHAIKOVSKY
DVORÁK
VERDI
MOZART
GOMES
WAGNER
WAGNER
GOUNOD
PUCCINI
MASSENET
DELIBES
VERDI
O barbeiro de Sevilha: Abertura
Fausto: Ah! Je ris de me voir si belle (Ária das joias)
Eugene Onegin: Kuda, kuda vi udalilis? (Ária de Lensky)
Rusalka, op. 114: Canção da Lua
Don Carlo: Ella giammai m’amò
Così fan tutte, K. 588: Soave sia il vento
O Guarani: Pery! Che brami? e Sento una forza indomita (Dueto)
O navio fantasma: Abertura
O navio fantasma: Die Frist ist um
Safo: Ô ma lyre immortelle
La Bohème: Quando me’n vo (Valsa de Musetta)
Werther: Pourquoi me réveiller?
Lakmé: Sous le dôme épais (Dueto das flores)
Rigoletto: Bella figlia dell’amore

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Em 2024, realizará concertos com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e a Sinfônica de Porto Alegre, além de retornar ao Teatro Colón, em Buenos Aires.

Vencedora do Prêmio Carlos Gomes 2010 pela interpretação do papel principal na ópera A menina das nuvens (Villa-Lobos), Gabriella Pace já cantou sob a regência de maestros como Lorin Maazel, Pier Giorgio Morandi, Isaac Karabtchevsky, Roberto Minczuk e Fabio Mechetti. Deu voz à protagonista em Jenufa (Janácek), Fiordiligi em Così fan tutte (Mozart), Pamina em A Flauta Mágica (Mozart), Eurídice em Orfeu e Eurídice (Gluck), Titânia em Sonho de uma noite de verão (Britten) e a muitas outras personagens. Frequentou festivais no Brasil e na Europa ao lado de grandes músicos, incluindo os pianistas Bengt Forsberg, Gilberto Tinetti e David Kadouch. Hoje consolidada como uma das principais sopranos em atividade no país, Gabriella iniciou os estudos musicais com o pai, Héctor Pace. Foi aluna de Leilah Farah e de Pier Miranda Ferraro, e atualmente está se aperfeiçoando com Sylvia Sass. Para o selo Naxos, gravou com a Filarmônica a serenata Canção do Amor, de Villa-Lobos. Além disso, Gabriella esteve conosco em alguns de nossos concertos mais importantes, incluindo o de estreia em 2008 e a montagem de Così fan tutte em 2016, a primeira ópera em concerto realizada na Sala Minas Gerais.

Ana Lucia Benedetti estudou piano no Conservatório de Música Ars et Scientia e é Bacharel em Canto pela Faculdade Mozarteum de São Paulo, na classe de Francisco Campos Neto. Estudou também com Hildalea Gaidzakian, Marcos Thadeu, Regina Elena Mesquita, Gabriel Rhein-Schirato, Eliane Coelho e Isabel Maresca. Conquistou o primeiro lugar no Concurso de Canto Maria Callas 2009 e o prêmio de Melhor Voz Feminina no Concurso de Canto Carlos Gomes 2011, entre outros reconhecimentos. Emprestou sua voz a diversas personagens do repertório operístico, incluindo Amneris em Aída (Verdi), Marguerite em A danação de Fausto (Berlioz), Santuzza e Lola em Cavalleria Rusticana (Mascagni), Olga em Eugene Onegin (Tchaikovsky) e Albine em Thais (Massenet). Colaborou com grandes regentes da cena musical brasileira e apresentou-se em alguns dos principais palcos do país e da América Latina. Natural de São Paulo, Ana Lucia também é uma experiente solista de concertos sinfônicos. Com a Filarmônica, já cantou a Nona de Beethoven e peças vocais de Mahler e Villa-Lobos. Na Temporada 2024, participa do concerto especial de encerramento da série Fora de Série.

Giovanni Tristacci construiu uma sólida carreira nacional e internacional na música lírica, sendo presença constante nas principais casas de ópera do Brasil. Cantou no Bozar de Bruxelas e em palcos importantes da Espanha, Itália, China, Colômbia e outros países. Entre os seus principais papéis interpretados, destacam-se o Príncipe em O amor das três laranjas (Prokofiev), Tamino em A Flauta Mágica (Mozart), o Duque de Mântua em Rigoletto (Verdi) e os personagens-título em Candide (Bernstein), Romeu e Julieta e Fausto (ambas de Gounod). Bacharel em Canto pela UFRJ, Giovanni concluiu sua pós-graduação em Canto Lírico pelo Conservatório Superior de Música do Liceu em Barcelona e estudou também no Centro de Aperfeiçoamento do Palácio das Artes Rainha Sofia (Valência) e na Queen Elisabeth Music Chapel (Bélgica). Foi aluno de Eduardo Álvares, Isabel Maresca, José van Dam, Eduard Giménez, Jocelyne Dienst-Bladi, Helmut Deutsch e Roger Vignoles. Em 2024, faz sua estreia com a nossa Orquestra no encerramento especial dos concertos da série Fora de Série.

Premiado pela Fundação Konex como um dos cinco melhores cantores masculinos da Argentina nas últimas duas décadas, Hernán Iturralde iniciou seus estudos de canto em conservatórios de Buenos Aires, cidade onde nasceu. Passou pelo Instituto Superior de Arte do Teatro Colón e concluiu sua formação na Escola de Estudos Musicais Avançados de Karlsruhe (Alemanha), sob orientação do tenor brasileiro Aldo Baldin. Estreou na Europa cantando a Pequena Missa Solene de Rossini, com regência de Helmuth Rilling. Ainda na Alemanha, integrou os conjuntos dos teatros de ópera de Giessen, Leipzig e Stuttgart. Ao longo da carreira, apresentou-se na França, Espanha, Estados Unidos e vários países da América Latina. Interpretou os papéis principais em Wozzeck de Berg, O navio fantasma e O ouro do Reno de Wagner, O grande macabro de Ligeti, entre outros. Em 2024, Iturralde canta pela primeira vez com a Filarmônica de Minas Gerais em dois concertos muito especiais: a nossa montagem de Madama Butterfly e o encerramento da temporada da série Fora de Série.

Programa de Concerto

O barbeiro de Sevilha: Abertura | ROSSINI

“Não consigo parar de pensar em O barbeiro de Sevilha. Por sua abundância de ideias musicais originais, pela verve cômica e declamação precisa, esta é a opera buffa mais bonita que existe”, escreveu Giuseppe Verdi sobre a obra-prima de Gioacchino Rossini. Com uma partitura genial do início ao fim, O barbeiro de Sevilha estreou em Roma no ano de 1816, quando o compositor tinha apenas 24 anos. A abertura original, inspirada por temas espanhóis sugeridos por um dos cantores, foi perdida. Para substituí-la, Rossini retomou (mas construindo uma orquestração mais elaborada) uma de suas composições anteriores, a abertura de Elisabetta, regina d'Inghilterra, que, por sua vez, era também uma derivação de Aureliano in Palmira, outra de suas óperas menos conhecidas. A história de Fígaro rodou o mundo e pode ser ouvida em diversas versões.

Das doze óperas que compôs Charles Gounod, apenas três tiveram sucesso: FaustoMirreille e Romeu e JulietaFausto, de 1859, foi um sucesso de bilheteria, na França e fora dela: foram mais de três mil récitas na Alemanha, entre 1901 e 1910! Não é para menos. Há na ópera algumas preciosidades que até hoje são cativantes: o ato da quermesse, o dueto O nuit d’amour, e o trio Anges purs, anges radieux. Embora o Fausto de Gounod seja bem diferente do de Goethe, em que se baseou, corre-se o risco, nesse caso, de se poder dizer que a música seja talvez mais determinante que o enredo. O frescor e a simplicidade acessível do melodismo de Gounod sustentam a obra e é uma das razões de sua notoriedade.

Uma moça do campo se apaixona por um jovem almofadinha da cidade grande. Ela declara seu amor, mas é humilhada por ele. Anos depois se reencontram, Tatyana agora é casada e parte da aristocracia; Eugene fica encantado por ela. Será ele correspondido? Eugene Oneguin de Pushkin é um dos textos ficcionais mais amados de toda a literatura russa e, em junho de 1877, arrebatou a Tchaikovsky também, como escreveu para seu irmão Modest: “Eu estou apaixonado pela imagem de Tatyana. Estou sob o feitiço da poesia de Pushkin, e compelido a compor a música por causa dessa atração irresistível”.

A ópera Don Carlo pertence ao tríptico de óperas compostas por Verdi para teatros estrangeiros: La Forza del Destino, para a Ópera de São Petersburgo; Aída, para a Ópera do Cairo; e Don Carlo, para a Ópera de Paris. Assim como exigido pelos moldes do grand opéra – gênero típico da Ópera de Paris –, Don Carlo foi composto em cinco atos, sendo a maior ópera de Verdi. Uma de suas mais famosas árias pertence ao personagem Rodrigue, Marquês de Posa, fidelíssimo amigo de Don Carlo, quando este se encontra preso por confrontar seu pai, o Rei Filippo II.

Carlos Gomes se inspirou no romance indianista O Guarani, de José de Alencar, para compor sua ópera de mesmo nome. A obra em quatro atos, com libreto em italiano de Antônio Sclavini e Carlo D’Orneville, trata da história de amor de Ceci e Peri. A montagem estreou com grande sucesso em 19 de março de 1870 no Teatro Scala de Milão – a estreia brasileira só veio em dezembro do mesmo ano, no Rio de Janeiro. A Protofonia, ou Abertura, é sem dúvida o tema mais conhecido dessa criação de Carlos Gomes.

Entre 1837 e 39, Richard Wagner foi o Diretor Musical do teatro de Riga, na Letônia, então parte do Império Russo. As condições de trabalho por lá se mostraram tão precárias que resolveu tentar a sorte na cidade onde tudo acontecia na época, Paris! O problema era sair de Riga, já que o compositor e sua mulher viviam endividados e seus passaportes tinham sido apreendidos. Durante uma noite de julho, Wagner, Minna e Robber, o cão do casal, conseguiram embarcar em um pequeno navio mercante, o Thetis, a caminho de Londres. Anos depois, Wagner descreveu sua experiência aterrorizadora no agitado mar nórdico, com os gritos da tripulação ecoando pelos fiordes, como uma inspiração para escrever sua ópera O Navio Fantasma (ou, na tradução literal do alemão para o português, O Holandês Voador). A Abertura transmite a incrível força de uma tempestade da noite misteriosa no alto mar; ao mesmo tempo em que é uma síntese do conteúdo dramático da ópera, um poema sinfônico independente de grande força.

Entre 1837 e 39, Richard Wagner foi o Diretor Musical do teatro de Riga, na Letônia, então parte do Império Russo. As condições de trabalho por lá se mostraram tão precárias que resolveu tentar a sorte na cidade onde tudo acontecia na época, Paris! O problema era sair de Riga, já que o compositor e sua mulher viviam endividados e seus passaportes tinham sido apreendidos. Durante uma noite de julho, Wagner, Minna e Robber, o cão do casal, conseguiram embarcar em um pequeno navio mercante, o Thetis, a caminho de Londres. Anos depois, Wagner descreveu sua experiência aterrorizadora no agitado mar nórdico, com os gritos da tripulação ecoando pelos fiordes, como uma inspiração para escrever sua ópera O Navio Fantasma (ou, na tradução literal do alemão para o português, O Holandês Voador).

30 nov 2024
sábado, 18h00

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube
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