A Roma, com amor

Fabio Mechetti, regente
Andrey Baranov, violino
Alexander Hülshoff, violoncelo

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DVORÁK
BRAHMS
PUCCINI
RESPIGHI
Abertura Carnaval, op. 92
Concerto para violino e violoncelo em lá menor, op. 102, “Concerto Duplo”
Prelúdio Sinfônico
Pinheiros de Roma

Fabio Mechetti, regente

Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais desde a sua fundação, em 2008, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Construiu uma sólida carreira nos Estados Unidos, onde esteve quatorze anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, foi regente titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane e conduz regularmente inúmeras orquestras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela realizou concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Conduziu as principais orquestras brasileiras e também em países da Europa, Ásia, Oceania e das Américas. Em 2014, tornou-se o primeiro brasileiro a ser Diretor Musical de uma orquestra asiática, com a Filarmônica da Malásia. Mechetti venceu o Concurso de Regência Nicolai Malko e é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School. Na Temporada 2024, apresentou-se com a Orquestra Petrobrás Sinfônica e retornou ao Teatro Colón, onde conduziu a Filarmônica de Buenos Aires.

Nascido em uma família de músicos, Andrey Baranov começou a tocar violino aos cinco anos de idade. Estudou no Conservatório Rimsky-Korsakov de São Petersburgo, sua cidade natal, e no Conservatório de Lausanne (Suíça) antes de começar uma bem-sucedida carreira internacional como solista. Desde a sua estreia em 2005, com o maestro Vasily Petrenko e a Filarmônica de São Petersburgo, Baranov se apresentou com as sinfônicas de Viena e de Montreal, com as filarmônicas de Luxemburgo, Bruxelas e Sendai, a Orquestra do Teatro Mariinsky, a Royal Philharmonic e outros grandes conjuntos. Colaborou com regentes e instrumentistas de renome, como Martha Argerich, Julian Rachlin, Teodor Currentzis e Kent Nagano. É vencedor dos concursos internacionais Rainha Elisabeth (2012), Benjamin Britten e Henri Marteau (ambos em 2008). Em 2012, fundou o Quarteto de Cordas David Oistrakh, cujo nome é uma homenagem a seu conterrâneo, um dos maiores violinistas do século XX. Baranov faz sua primeira apresentação com a Filarmônica em 2024, acompanhando o amigo Alexander Hülshoff no exuberante Concerto Duplo de Brahms.

Nascido na Alemanha, o violoncelista Alexander Hülshoff tem carreira consolidada como solista em seu país, tendo tocado com importantes conjuntos sinfônicos, entre eles a Deutsche Radio Philharmonie. Também foi convidado para se apresentar com orquestras do Leste Europeu, Oriente Médio e América do Sul. Na música de câmara, colaborou com grandes nomes, como Pinchas Zukerman, Fazil Say e Vadim Gluzman, e atualmente integra o Trio Bamberg. Entre os seus discos lançados, destacam-se os duetos com a pianista Patricia Pagny, com quem gravou Brahms e Beethoven, e com o violinista Friedemann Eichhorn, com quem gravou compositores menos conhecidos do público, como Friedrich Hermann, Reinhold Glière e Adrien François Servais. Hülshoff é fundador e Diretor Artístico do Festival Kloster Kamp de Música de Câmara e, desde 1997, atua como professor na Universidade de Artes de Folkwang (Alemanha). Em 2024, apresenta-se com a Filarmônica de Minas Gerais pela primeira vez, acompanhando o amigo Andrey Baranov no exuberante Concerto Duplo de Brahms.

Programa de Concerto

Abertura Carnaval, op. 92 | DVORÁK

Na segunda metade do século XIX, na periferia do Império Austro-Húngaro, a língua e costumes locais eram vistos como primitivos e inferiores, e relegados apenas aos incultos, pobres e moradores do campo. Nas cidades grandes, respiravam-se os ares da cultura germânica, considerada pelos nobres e intelectuais como superior e desenvolvida. Antonín Dvorák nasceu na região da Boêmia, na época considerada parte dessa “periferia” subdesenvolvida (hoje, a região pertence à República Tcheca). Começou a compor nos seus anos de estudante, em Praga. Suas criações, contrariando a germanização da cultura local, eram salpicadas com um certo tempero local. A música folclórica da Boêmia e da Morávia, que Dvorák aprendera cedo com o pai, seria sua fonte de inspiração ao longo de toda a vida. A Abertura Carnaval, obra exuberante e alegre, cheia de energia e vitalidade, é repleta de influências folclóricas e ritmos de danças tchecas. Entretanto, como em muitas de suas obras, Dvorák evitou utilizar elementos diretamente retirados da música folclórica. Preferiu compor melodias e ritmos inspirados no folclore e integrá-los à ideia tradicional da abertura italiana. Segunda de três aberturas que Dvorák compôs nos anos 1891 e 1892, a Abertura Carnaval foi estreada em Praga, no dia 20 de abril de 1892, sob a regência do próprio compositor.

O Concerto Duplo de Brahms é o coroamento de uma trajetória marcada pela inventividade melódica, pela originalidade harmônica e rítmica, pela orquestração com um senso de medida incomum e pela capacidade de transformação de materiais temáticos, quase sempre sem perder a perspectiva que permite reconhecê-los, mesmo após longos percursos. Quando Schoenberg aponta compositores e características de suas criações, de que sua própria obra é tributária, refere-se a Brahms ressaltando “a irregularidade do número de compassos”, a “extensão e condensação de frases” e também a capacidade do compositor em conduzir cada figura “às suas últimas consequências”, sem “economizar, quando a clareza exige mais espaço”. Ao destacar outro traço importante da escritura brahmsiana – “economia e, no entanto, riqueza” –, Schoenberg aponta para um dos aspectos de maior relevo do Concerto Duplo. Última obra orquestral de Brahms, o opus 102 impressiona pelo virtuosismo – ao qual é estranha qualquer tentativa de meramente impressionar –, pela riqueza e consequência do diálogo estabelecido com um longo percurso composicional, pela rara capacidade do compositor em conduzir o discurso musical com unidade e diversidade.

Em 1880, ainda longe de suceder Verdi como o nome mais importante da ópera italiana em seu tempo, o jovem e promissor Giacomo Puccini, então com 22 anos, ingressa no famoso Conservatório de Milão para dar continuidade aos seus estudos em composição. Sua primeira ópera, Le Villi (As Fadas), só viria a estrear quatro anos mais tarde, e seu primeiro grande sucesso, Manon Lescaut, apenas em 1893. Por ter nascido em uma família de compositores especialistas em música sacra, a maioria das criações de Puccini até ali prezava pela verve religiosa, mas a chegada ao conservatório marca um ponto de virada. Finalizado nesses anos de estudante, o Prelúdio Sinfônico (bem como o Capricho Sinfônico, escrito na mesma época) chama a atenção pela clara influência wagneriana – de fato, como muitos críticos apontam, sua abertura lembra fortemente o prelúdio de Lohengrin. Entretanto, também encontramos aqui elementos que se tornariam assinaturas da música de Puccini nas décadas seguintes, especialmente o uso de cadências. Apresentado pela primeira vez em um concerto de estudantes em 1892, o Prelúdio é aberto com instrumentos de sopro, logo acompanhados por cordas que, gradualmente, se encaminham para um clímax, concluindo em um fechamento suave.

Ottorino Respighi estudou orquestração com Rimsky-Korsakov, composição com Max Bruch e deixou-se influenciar por Debussy e Richard Strauss. Sua poética tentava amenizar o verismo triunfante naquela Itália do início do século XX, articulando-o com as tradições musicais de seu país (especialmente dos séculos XVI e XVIII), a influência de algumas novas correntes e o espírito reformista. Acabou por criar uma espécie de mistura pós-romântica e impressionista, de tendência neoclássica. Suas peças orquestrais mais conhecidas são os poemas sinfônicos de sua trilogia romana: Fontes de Roma, Pinheiros de Roma e Festas Romanas. Os três evidenciam a esplêndida orquestração, a elegância e riqueza da escrita e o refinamento de harmonia e timbre – características do trabalho de Respighi que contribuíram para a conformação de um modelo italiano de poema sinfônico. Pinheiros de Roma divide-se em quatro partes executadas sem interrupção. Escrito em 1923, sugere uma reconstrução de impressões visuais e sonoras de diferentes regiões de Roma. A própria partitura faz algumas alusões a isso. As quatro partes são: “Os pinheiros da Villa Borghese”, “Pinheiros próximos a uma catacumba”, “Os pinheiros do Janículo” e “Os pinheiros da Via Ápia”.

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7 mar 2024
quinta-feira, 20h30

Sala Minas Gerais, com transmissão ao vivo pelo YouTube e Rádio MEC
Ingressos Ensaio aberto Transmissão

O ensaio aberto acontecerá na quinta-feira, das 10h às 13h. Acompanhe a transmissão ao vivo no nosso canal no YouTube, em fil.mg/youtube ou Rádio MEC FM (87,1 BH e BSB / 99,3 RJ)

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8 mar 2024
sexta-feira, 20h30

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