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A única ópera criada por Beethoven, Fidelio, gerou três versões diferentes e quatro aberturas independentes. Concluída em setembro de 1805, a primeira versão da ópera, com a abertura hoje conhecida como Leonora nº 2, foi estreada em novembro e teve fria recepção, e foi retirada de cartaz após três récitas. Em dezembro do mesmo ano, Beethoven aceitou, com relutância, a ideia de revisar a ópera. A estreia com uma nova abertura, hoje conhecida como Leonora nº 3, se deu em março de 1806 e teve recepção um pouco melhor. Mas, infelizmente, seria apresentada apenas mais uma vez, em razão de um desentendimento de Beethoven com o diretor do teatro. No ano seguinte ele comporia, ainda, uma terceira abertura, hoje conhecida como Leonora nº 1, para uma apresentação em Praga que acabou por não acontecer. A ópera parecia fadada ao esquecimento. No entanto, em 1814, o diretor do Theater am Kärntnertor procurou o compositor para uma nova apresentação. Beethoven relutou, mas acabou aceitando, com a condição de poder retrabalhar a obra. Contratou um novo libretista, com a missão de dar mais agilidade à trama, e compôs uma nova abertura. Os esforços valeram a pena. A nova versão foi um sucesso e a ópera, reapresentada inúmeras vezes. Ao contrário das três aberturas Leonora, a Abertura Fidelio não apresenta explicitamente o conteúdo musical da ópera. Apenas alude a alguns trechos. É a mais coesa, festiva e brilhante das quatro, e a mais curta. Trata-se da abertura perfeita para introduzir a ópera, pois, ao invés de tirar a surpresa da trama, prepara o que está por vir. Como as outras três, ganhou as salas de concerto e é hoje, dentre elas, a mais conhecida.