|    20 nov 2020

Maestro indica os “Noturnos” de Chopin

Se Chopin escreveu pouco para orquestra, sua obra para piano transformou a técnica e todo um conceito sonoro relativo ao instrumento. Na sua escrita, o piano deixa de ser de certa maneira percussivo para se tornar uma extensão da voz humana.


|    11 nov 2020

Maestro indica a “Noite Transfigurada”, de Arnold Schoenberg

As correntes estéticas do século XX transformaram a música. Talvez a mais radical das revoluções tenha sido a provocada pelo austríaco Arnold Schoenberg, ao romper com o tonalismo e criar um novo sistema, o dodecafonismo. Para lembrar que as revoluções sempre nascem de processos, o maestro Fabio Mechetti indica uma música de Schoenberg ainda com forte sentido tonal e romântico, a “Noite Transfigurada”. A interpretação surpreendente é da Orquestra de Câmara Norueguesa dirigida por Terje Tønnesen.


|    4 nov 2020

Maestro indica a “Missa de Requiem” de Verdi

No “Requiem” de Verdi também se manifesta o nacionalismo que contribuiu para tornar o compositor um dos artistas mais reconhecidos da sua época. A obra foi escrita em celebração da morte do escritor Alessandro Manzoni, figura máxima do Risorgimento Italiano e responsável por unificar também a língua italiana moderna.


|    3 set 2020

Maestro indica “Winterreise” de Schubert

Schubert é um daqueles gênios que só foram reconhecidos décadas depois de sua morte. A grande “obras-prima” deste compositor austríaco se revela em suas canções.

Nesta semana, nosso diretor artístico e regente titular, Fabio Mechetti, indica a audição do ciclo de canções “Winterreise” (Viagem de Inverno), que o compositor criou a partir poemas de Wilhelm Müller. O vídeo que nosso maestro indica é uma gravação com o grande barítono alemão Dietrich Fischer-Dieskau, um dos mais importantes intérpretes das “Winterreise”.


|    27 ago 2020

Maestro indica “Sinfonia Patética” de Tchaikovsky

Tchaikovsky, Abbado e os jovens da Simón Bolívar Por Fabio Mechetti Tchaikovsky exemplifica um tipo de compositor que consegue ser nacional sem ser nacionalista. Quando escutamos sua música, não há dúvida de que estamos diante de alguém com uma profunda alma russa. Mas, com algumas exceções, a influência direta do folclore de sua terra natal […]


|    20 ago 2020

Maestro indica: “Tristão e Isolda” de Wagner

Proponho uma pergunta intrigante no mundo da arte: é possível que uma pessoa de caráter absolutamente repreensível possa criar ou manifestar beleza? A obra de Wagner sempre foi cercada dessa contradição, pois a maravilha da sua criação não parece compatível com posições adotadas por ele em sua vida.

No impacto da audição de Tristão e Isolda essa pergunta certamente ressoará. Mas é impossível ficar imune à carga emocional que essa música provoca em nós.


|    12 ago 2020

Maestro indica: “Choros nº 6” de Villa-Lobos

O conhecimento sobre a obra de Villa-Lobos pelos próprios brasileiros está muito aquém da importância do compositor na cultura musical do nosso país. O trabalho recente de novas edições de partituras certamente contribuirá para mudar esse cenário. Indico para vocês ouvirem uma gravação que não tem boa qualidade audiovisual, mas que tem o seu lugar, por ser raro exemplo de maestro e orquestra não brasileiros executando um compositor brasileiro.


|    6 ago 2020

Maestro indica: Quinta Sinfonia de Shostakovich

Para se criar algo que exale liberdade e qualidade de expressão é necessário estarmos em clima de liberdade? É possível para um artista ser criativo e relevante quando ele ou ela vive num ambiente político de repressão? O compositor russo Dmitri Shostakovich foi muito criticado por sua aparente subserviência ao regime stalinista. Mas conhecer a sua obra é compreender as entrelinhas da música criada por ele.


|    31 jul 2020

Maestro indica: “Romeu e Julieta” de Prokofiev

Algumas semanas atrás, sugeri que quase todas as obras-primas da música clássica do século XX foram concebidas como balés: A Sagração da Primavera de Stravinsky, O Mandarim Maravilhoso de Bartók, Daphnis et Chloe de Ravel, O Sombreiro de Três Picos de de Falla, entre tantos. Dentre essas inúmeras propostas inclui-se também o Romeu e Julieta de Sergei Prokofiev.


|    21 jul 2020

Maestro indica: Sinfonia Italiana de Mendelssohn

A criança-prodígio mais famosa da música é Mozart, sem dúvidas. Mas Fabio Mechetti chama atenção para outro compositor que manifestou sua genialidade desde muito cedo: Felix Mendelssohn. Para apreciar uma amostra do legado de Mendelssohn, nosso maestro indica a audição da Sinfonia Italiana, interpretada pela mesma orquestra que a estreou sob a direção do próprio compositor em 1833, a Gewandhaus de Leipzig.


|    16 jul 2020

Maestro indica: Serenata para sopros, “Gran Partita”, de Mozart

É sempre um desafio selecionar uma ou outra obra-prima de grandes gênios da música universal. Mas, no caso de Mozart, isso se torna quase impossível. Com mais de seiscentas obras escritas em seus 35 anos de vida, e por volta de 30 de atividade criativa, Mozart se distingue pela combinação absoluta da perfeição formal (própria de seu período), riqueza melódica, prosódia musical, simplicidade de linguagem e um sentido de expressão da essência da humanidade próprio de figuras ímpares ao longo da história. Einstein (outro gênio da história da humanidade) disse uma vez: “A música de Mozart é tão pura que parece ter estado sempre presente no universo, pronta para ser descoberta por ele.”


|    8 jul 2020

Maestro indica: “Sinfonia nº 9” de Mahler

A humanidade profunda que emana das sinfonias de Mahler é um desafio para regentes, para instrumentistas e para o público que as escuta. A eloquência com que os conflitos humanos se mostram na Nona Sinfonia são enfatizados pela interpretação de Claudio Abbado e a Orquestra do Festival de Lucerne.


|    2 jul 2020

Maestro indica: “Concerto para piano nº 2” de Liszt

A luminosidade da figura de Liszt fez par com o seu virtuosismo ao piano e sua ousadia formal e harmônica na composição de obras para esse instrumento. O piano não foi o mesmo depois de Liszt. A obra que sugiro nesta semana é o seu Concerto nº 2, nas mãos de dois brasileiros inesquecíveis: Nelson Freire e Eleazar de Carvalho.


|    24 jun 2020

Maestro indica: “A Criação” de Haydn

Joseph Haydn é bastante conhecido por suas sinfonias, mas sua obra coral-sinfônica também trouxe importantes contribuições para a música. O grande destaque é o oratório “A Criação”. Uma obra longa e densa, em que Haydn nos inspira musicalmente a “presenciar” os primeiros pássaros, as primeiras baleias, as águas dos mares e rios e, eventualmente, sua maior criação: o ser humano.


|    16 jun 2020

Maestro indica: “Concerto para violoncelo em si menor, op. 104” de Dvorák

De Dvorák, considero o “Concerto para violoncelo” sua obra-prima. Belo, inspirado, complexo e desafiador, ele é obrigatório no repertório desse instrumento. Na interpretação de Mstislav Rostropovich, é a dupla perfeição. Sugiro que separe um tempo precioso para assistir a essa maravilha.


|    11 jun 2020

Maestro indica: “A Sagração da Primavera” de Stravinsky

Dentre as obras feitas para balé que revolucionaram a música no século XX, “A Sagração da Primavera” de Stravinsky é das mais emblemáticas.
Nesta semana, o maestro Fabio Mechetti recomenda a audição desta obra interpretada pela Orquestra Sinfônica de Londres sob a regência de Leonard Bernstein. Preparem-se!


|    4 jun 2020

Maestro indica: “Prelúdio para ‘A tarde de um fauno’” de Debussy

Em sua maioria, as revoluções são agitadas, provocadoras, intensas e até violentas. Mas algumas delas ocorrem da maneira mais sutil e imperceptível. A “revolução” dos direitos humanos de Martin Luther King, por exemplo, ou Gandhi, na Índia; ambos pregavam uma ruptura do status quo através da paz. Na música temos também bons exemplos. Berlioz e Stravinsky romperam barreiras de maneira imperdoável. Mas, quem diria que a música do século XX teria início no som mais terno e convidativo de uma só flauta? Foi assim que, em 1894, a música para um balé de Nijinsky composta por Claude Debussy veio abrir as portas de uma nova era para a linguagem musical.


|    26 Maio 2020

Maestro indica: “O cavaleiro da rosa” de Richard Strauss

Poucos compositores na história da música foram capazes de combinar fecundidade criativa com uma qualidade ímpar em suas produções, como Richard Strauss. Strauss escreveu muito, tanto em número de obras compostas, como em notas escritas fisicamente. Confortável tanto no campo operístico quanto sinfônico, Strauss nos deixou alguns dos exemplos mais marcantes dessa genialidade que revela domínio técnico e incontida emoção, como na ópera O cavaleiro da rosa.


|    20 Maio 2020

Maestro indica: o “Quarteto nº 14” de Beethoven

Ao contrário do que se espera de pessoas afligidas pela solidão, pela falta de reconhecimento e pela desesperança, Beethoven continuava a criar, a buscar caminhos, organizando suas ideias de maneira a expressarem profundos sentimentos e, ao mesmo tempo, convicções estéticas e artísticas de um indivíduo consciente de sua genialidade e da sua capacidade e necessidade de criar.


|    13 Maio 2020

Maestro indica: a Chacona da “Partita em ré menor” de Bach

Bach tinha a genial capacidade de buscar, nas estruturas formais da música, fonte de inspiração para canalizar suas ideias estéticas e expressivas. Nesta semana, nosso diretor artístico e regente titular, Fabio Mechetti, destaca a “Partita em ré menor” de Bach, escrita para violino solo.


|    6 Maio 2020

Maestro indica: “Um réquiem alemão” de Brahms

Dentre os vários réquiens disponíveis, quase todos eles obras-primas dentro dos opus de grandes compositores, Um réquiem alemão se isola, talvez ao lado do Réquiem de Fauré, como um réquiem não para os que se vão, mas para os que ficam. Contrariamente à tristeza, inconformidade, muitas vezes raiva, mostradas nos réquiens que celebram os mortos, este de Brahms fala diretamente aos vivos, refletindo sobre a importância da vida terrena, mas nos imbuindo de um sentimento de paz e resignação. Dentro de sua simplicidade de escrita e do talento excepcional que Brahms tinha em se utilizar de recursos econômicos para expressar um máximo de emoções, o Réquiem Alemão é uma demonstração da música enquanto a mais poderosa das manifestações humanas.


|    30 abr 2020

Maestro indica: a “Sonata ao Luar” de Beethoven

A famosa Sonata ao Luar (nº 14) de Beethoven mostra uma disciplina harmônica que valoriza as conquistas tonais do Classicismo, ao mesmo tempo que revoluciona as “regras” da época no que tange à organização formal.


|    22 abr 2020

Maestro indica: a “Sinfonia Fantástica” de Berlioz

A “Sinfonia Fantástica” é sem dúvida uma das grandes obras-primas não só em música, mas em todas as artes, pela sua originalidade, individualidade e influência nas gerações de compositores que se seguiram. Nas mãos de um regente que também é sinônimo de individualidade, espontaneidade e imaginação, ao lado de uma orquestra que representa toda uma tradição da música francesa, o resultado é excepcional. Assim, escolhi como exemplo de obra-prima em execução a versão de Leonard Bernstein com a Orquestra Nacional da França.


|    16 abr 2020

Maestro indica: a “Sinfonia Eroica” de Beethoven

O gênio de Beethoven com a força de Abbado. Na “Eroica”, encontramos a desesperança expressa na marcha fúnebre do segundo movimento e o otimismo contagiante de seu finale. Aqui, Beethoven se mostra musicalmente como o herói que iria ditar os parâmetros que definiriam a música ocidental dali pra frente.